A (quase) polêmica dos Planos Diretores

Opinião

Filipe Faleiro

Filipe Faleiro

Jornalista

A (quase) polêmica dos Planos Diretores

O governo do Estado e a Univates finalizam contrato para estudos urbanísticos. Zoneamento de risco, código de edificações, planos de mobilidade, habitação e diretor. Quando o governador Eduardo Leite, em visita a Estrela na semana passada antecipou a estratégia de colaborar com as cidades devastadas pela inundação, citou quatro cidades (Muçum, Roca Sales, Cruzeiro do Sul e Arroio do Meio).

 

A repercussão foi quase imediata. Alguns prefeitos se incomodaram em ficar de fora. A pressão política pegou forte e uma “quase” polêmica se formou. Como Encantado não está na lista? Prefeito do mesmo partido do chefe do Executivo gaúcho. E Estrela, uma das mais atingidas?

O que seria finalizado nesta semana ficou para a próxima, pois foi necessário acrescentar outros municípios. Da visão primeira de quatro cidades, agora são sete (Colinas, Estrela, Cruzeiro do Sul, Encantado, Roca Sales, Muçum e Arroio do Meio).

No fim, melhor. A reclamação tem sentido, é justa, válida e pertinente. Os prefeitos obrigaram o governador a rever a estratégia, para o bem da região.

Corrida do ouro

A liberação dos créditos para empresa com juros simbólicos de 0,6% até 0,9% ao mês começa dia 21, próxima sexta-feira. Na terça-feira, gerentes de negócios em bancos públicos, privados e cooperativas, começaram regimes de plantão. Tudo para preencher o máximo possível de documentos para os clientes.

Assim que as badaladas da próxima sexta-feira chegar, teremos uma nova versão da “corrida do ouro”. Como a regra é quem chegar primeiro leva, fica a dúvida: quanto tempo vai durar os R$ 15 bilhões direcionados para 95 cidades gaúchas?

Presidente Lula assinou MP do R$ 15 bilhões às empresas dia 29 de maio

Cálculo simples

Vamos lá, se fosse uniforme, cada um dos municípios teria pouco mais de R$ 158 milhões em crédito para os negócios deste Fundo Social do BNDES. Como os impactos foram heterogêneos, o perfil das cidades são diferentes, tamanhos, produções, claro que não vai ser assim.

Porém, deixar o mais equânime possível, garantir que o dinheiro vá para os negócios que mais exige que haja regras claras e transparentes.

Um homem à frente do seu tempo

O cientista planetário americano, astrofísico, escritor e palestrante, Carl Edward Sagan (nascido em Nova Iorque em 1934, morto em dezembro de 1996), ao longo da vida, recebeu vários prêmios e condecorações.

Em 1985, afirmou:

“Quanto foi gasto na Guerra Fria desde 1945? Alguns dizem, bilhões e bilhões. É um número subestimado. A quantidade foi de 10 trilhões de dólares. O que se pode comprar? Tudo nos Estados Unidos, exceto a Terra.

Agora, qual o nível de certeza que os russos iam invadir a América. Era 100% de certeza? Acho que não, porque nunca invadiram. Seria 10%  de certeza?

O que os defensores do aparato militar diriam:

– Precisamos ser prudentes. Não é suficiente contar apenas com o resultado mais provável. Se o pior acontecer, e for muito perigoso para nós, precisamos estar preparados para isso – Pensamento militar clássico, de que é preciso se preparar para o pior cenário.

Então, agora eu pergunto para meus amigos confortáveis com esse argumento. Por que esse mesmo argumento não vale para o aquecimento global? Não acham que é 100% provável?

Tudo bem, você pode pensar isso. E se tiver só uma pequena chance de acontecer. Se as consequências são tão sérias, não seria necessário fazer investimentos sérios e consistentes para prevenir ou mitigar?”.

Repito. Ele falou isso em 1985. O que acontece agora é previsto pela ciência faz muitas décadas.

 

 

 

 

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