O esperado socorro para empresas de todos os portes atingidas pelas inundações de maio está prestes a ser liberado. Com as regras estabelecidas pelo governo federal, os bancos e cooperativas iniciaram a organização do sistema, o contato com clientes e também os primeiros cadastros dos pedidos.
A liberação do dinheiro começa na próxima sexta-feira, 21. Em reunião na tarde desta quinta-feira, 13, diretores do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) se reuniram com representantes de 40 instituições financeiras credenciadas para operar o modelo solidário, com os R$ 15 bilhões liberados pelo Fundo Social.
Em seguida, por volta das 18h, o chefe do Departamento de Clientes e de Relacionamento Institucional do BNDES, Tiago Peroba, apresentou uma transmissão ao vivo pelo Youtube para detalhar as linhas de crédito voltadas para micro, pequenas e médias empresas. De acordo com ele, os juros máximos de 0,6% e 0,8% por mês incluem o spread bancário (lucro do banco). Regra instituída pelo governo federal, diz o dirigente, é inédita no histórico nacional e internacional, pensada para garantir a retomada produtiva e econômica dos setores produtivos gaúchos, acredita.
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Tiago Perola, chefe do Departamento de Clientes do BNDES explicou como será os financiamentos para micro, pequenas e médias empresas
Os bancos públicos (Caixa e Banco do Brasil), o Banrisul, instituições privadas e também cooperativas de crédito estão autorizadas a fazer os contratos pelo Fundo Social para empresas com faturamento de até R$ 300 milhões ao ano. Acima deste total, os contratos são diretos com o BNDES.
Contato com a região
O chefe do BNDES destacou a importância da linha de crédito de reconstrução, em especial para o Vale do Taquari. Segundo Tiago Peroba, as empresas poderão buscar qualquer um dos modelos de crédito, porém, as condições em termos de prazo para reconstrução foram pensadas para o cenário da região.
Para o presidente da Câmara da Indústria e Comércio do Vale (CIC-VT), Angelo Fontana, as condições de crédito são muito positivas, ainda assim, acrescenta outras medidas importantes, como mais prazos para financiamentos já contraídos antes da catástrofe e um fundo garantidor para operações.
Detalhes
O programa contempla empresas de todos os portes, produtores rurais, transportadores autônomos de carga e empresários individuais situados em um dos 95 municípios com estado de calamidade pública decretado.
Para acessar o benefício, o empreendedor pode procurar bancos de relacionamento para solicitar crédito, por meio de três linhas do BNDES: máquinas e equipamentos, investimento e reconstrução e capital de giro.
- Funcionamento das linhas de crédito
Para conseguir o empréstimo, a empresa deve confirmar que atua em um dos municípios em calamidade e declarar que teve perdas e danos por causa das enchentes. São 95 cidades gaúchas com situação homologada.
- Compra de máquinas e equipamentos
Valor máximo de financiamento é de R$ 150 milhões (para micro, pequenas e médias empresas) e de R$ 300 milhões para empresas de grande porte.
Juros de até 0,6% ao mês.
Carência de até 12 meses e cinco anos para pagar.
Definição dos valores depende da negociação com a agência bancária na qual o empresário é cliente.
- Reconstrução
Destinado para reforma de fábricas, construção, galpões e estabelecimentos.
Valor máximo de R$ 150 milhões (para micro, pequenas e médias empresas) e de R$ 300 milhões para empresas de grande porte.
Juros de até 0,6% ao mês.
Carência de até 24 meses com dez anos para pagar.
Definição dos valores depende da negociação com a agência bancária na qual o empresário é cliente.
- Capital de giro
Dinheiro para pagar funcionários, fornecedores, compra de estoque e outras despesas.
Cada cliente pode financiar até R$ 20 milhões (para micro, pequenas e médias empresas) e de R$ 400 milhões (grande porte).
Juros de 0,8% ao mês
Carência de até um ano e cinco para pagar.
Definição dos valores depende da negociação com a agência bancária na qual o empresário é cliente.
Como acessar
As empresas podem procurar o gerente do banco, cooperativa de crédito ou instituição das quais são clientes e dar entrada no pedido.
Quem pegar o empréstimo terá que manter o negócio no RS e o BNDES também vai cobrar que as empresas mantenham o nível de empregos por no mínimo dez meses.
As empresas podem solicitar mais de uma linha de crédito dentro do mesmo programa.