Escolas se unem para acolher estudantes

EDUCAÇÃO

Escolas se unem para acolher estudantes

Enquanto algumas instituições de ensino estaduais foram totalmente atingidas pelas cheias, outras abrem as portas e cedem espaços a alunos e professores

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Escolas se unem para acolher estudantes
Quase 90 dos 220 alunos da EEEF Fernandes Vieira estão estudando na EEEF Irmã Branca. (Foto: Bibiana Faleiro)
Vale do Taquari
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Com prédio interditado após ser atingido pelas cheias de maio, alunos da Escola Estadual de Ensino Fundamental (EEEF) Fernandes Vieira recebem aulas em outras duas instituições do estado, de forma temporária. A escola aguarda edital para iniciar as obras, mas deve permanecer sem atividades até o fim do ano.

Desta forma, a 3ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) realocou os 220 alunos da instituição para a EEEF Irmã Branca, no bairro Florestal, que atende os alunos do 3º ao 5º ano, e para a EEEF Moisés Cândido Veloso, no Hidráulica, que recebe os estudantes do 6º ao 9º ano.

Diretora da instituição, Rosângela Petter Mello destaca que a Fernandes Vieira não está fechada de forma definitiva, e a expectativa é que possa voltar a atender os estudantes o mais breve possível. No entanto, ainda não tem informações precisas sobre a recuperação do espaço, que será feita pelo Estado.

“O prédio está limpo, o grosso da lama foi retirado, colocado tapumes, e o prédio está lá, aguardando o edital para sair a reforma”. Rosângela ressalta que muitos alunos ainda estão nos abrigos, e deve ser providenciado transporte para que eles possam se deslocar até as escolas.

Quatro cheias

Em oito meses, foram quatro enchentes que atingiram a Fernandes Vieira. Próxima ao Parque dos Dick, a estrutura costuma pegar água em uma cheia, mas nunca chegou ao segundo andar.

Depois da tragédia de setembro do ano passado, foi iniciada uma obra para recuperação do prédio e reforma interna, finalizada em março. Pouco mais de um mês depois, a nova enchente histórica cobriu a escola com água outra vez, e nem o segundo piso foi salvo.

Algumas classes e cadeiras foram limpas e podem ser reutilizadas. Mas muitas portas, janelas, forros, além do pátio e dos muros da instituição foram destruídos.

Acolhida

Pelo menos 12 escolas estaduais e 20 municipais foram atingidas pelos temporais do início de maio no Vale do Taquari. Destas, algumas estruturas foram parcialmente danificadas e outras totalmente comprometidas.

Depois de serem limpas, pintadas e feitos pequenos reparos, muitas instituições voltaram a receber os alunos. Por outro lado, algumas estruturas foram interditadas. Por isso, instituições que não foram atingidas e que possuem espaços para atendimento, receberam estudantes e professores.

Diretora da escola Irmã Branca, Carla Mafalda Ranzi diz que houve uma conversa entre representantes da 3ª CRE e instituições de ensino com salas ociosas, para o processo de acolhida dos alunos.

Na escola, são cinco turmas atendidas, uma do 2º ano, outra do 3º, duas do 4º e uma no 5º ano. As aulas se concentram à tarde, com apenas uma turma durante a manhã. Conforme explica Carla, os estudantes ficam no andar superior, adequados em salas, com estrutura de banheiros e salas também para a direção e professores.

“Algumas turmas da escola fizeram o acolhimento dos estudantes e estamos trabalhando muito a questão da empatia e solidariedade”. A diretora diz que isso vai ao encontro do projeto pedagógico da escola. Os estudantes devem permanecer na instituição, pelo menos, até o fim do ano.

Escolas estaduais que precisam de reformas

  • EEEF Fernandes Vieira (Lajeado) – alunos realocados na EEEF Irmã Branca e na EEEF Moisés Cândido Veloso;
  • EEEM Guararapes (Arroio do Meio) – atividades de forma remota, sem previsão para início das obras de reforma. Estruturas são analisadas pela Secretaria de Obras Públicas (SOP);
  • EEEM de Colinas – atividades de forma remota, sem previsão para início das obras de reforma. Estruturas são analisadas pela SOP;
  • Escola Estadual de Educação Profissional de Estrela – não há previsão de retorno. A escola perdeu os cinco laboratórios de informática e também necessita de reformas;
  • EEEM Monsenhor Seger (Travesseiro) – os alunos do noturno estão de forma remota, pois ainda não há estradas acessíveis para o transporte escolar;
  • EEEM Souza Doca (Muçum) – alunos do noturno estão de forma remota, pois não há energia elétrica. A escola necessita de reforma da parte elétrica;
  • EEEF Moinhos (Estrela) – está realocada no espaço da Escola de Educação Básica Vidal de Negreiros;
  • EEEF Itaipava Ramos (Cruzeiro do Sul) – está realocada junto ao espaço da EEEM São Miguel, em Cruzeiro do Sul;
  • EEEF Antônio de Conto (Encantado) – tinha sua sede na localidade do Jacarezinho, mas desde a enchente de setembro de 2023, estava alocada na Escola Municipal Oswaldo Aranha, na Barra do Coqueiro. Agora, está realocada na sede da UERGS, no bairro Lambari.

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