A dificuldade em avaliar o Inter de Coudet

Opinião

Caetano Pretto

Caetano Pretto

Jornalista

Colunista esportivo.

A dificuldade em avaliar o Inter de Coudet

De forma surpreendente para qualquer clube, mas que tem sido normal no lado vermelho do Rio Grande do Sul, o Internacional passa mais uma vez por um período de instabilidade, causado principalmente por opiniões da imprensa e por parte da torcida. Hoje, qualquer avaliação sobre o Inter parte do opinador gostar ou não do treinador. Eduardo Coudet tem em si uma aura que evoca o ame-o ou deixe-o. O ano não é excelente como muitos imaginavam, mas está longe de ser horrível como alguns tentam pintar.

As últimas partidas e resultados me trouxeram esta convicção. Coudet é uma figura polêmica e controversa, muitos gostam dele por isso. Outros o detestam. Mas o principal ponto é que todos colocam o filtro de “gosto ou não gosto” antes de avaliar o seu trabalho. Quem defende o treinador, vê uma partida ruim e tenta achar aspectos positivos. Quem é contra, pega um jogo bom e tenta achar os defeitos. Assim, toda opinião é comprometida e o que menos vale na hora de falar ou escrever é o que está no campo.

A régua que mede o trabalho do argentino é medida desta forma. Já era antes, no primeiro trabalho. A saída foi controversa, deixou saudade para uma ala da torcida enquanto que fez outra comemorar. E desde o retorno tudo só piorou. O Inter semifinalista da Libertadores não era unanimidade. O Inter atual também não é.

Ao time de Coudet, não basta apenas vencer. Precisa ganhar com convicção, encantar e golear para que alguns torcedores e mídia especializada torçam o nariz. E o time joga para isso na maioria das vezes. Cria para ganhar e até golear, mas não consegue converter em gols as chances criadas.

O Colorado montou um elenco excelente, na medida que o treinador queria, e se imaginou que o ano seria tão excelente quanto. Veio a eliminação para o Juventude e tudo ruiu. A má campanha na Copa Sul-Americana também contribui. Mas veja só, a eliminação na semifimal do Gauchão e o segundo lugar no grupo da competição continental tiveram os mesmos motivos. O time criou para ganhar e desperdiçou chances até não poder mais. Se melhorar um pouco a taxa de conversão, e este é o principal problema do time, o Inter passará a vencer mais jogos e de forma mais tranquila.

Olhando para a temporada, o Inter tem 27 jogos no ano. São 18 vitórias, 6 empates e 3 derrotas. 40 gols marcados e apenas 14 gols sofridos. É o segundo maior aproveitamento entre times da Série A, uma das melhores defesas e um time que tem conquistado bons resultados como visitante. A eliminação na semifinal do Gauchão foi um baque, mas muito pouco para jogar um ano promissor fora.

Após a paralisação devido à calamidade no estado, são quatro jogos. Teve a derrota para o Belgrano, mais uma na conta de erro individual de Renê e das chances perdidas. Depois, são três vitórias, sem sofrer gols, e com uma caminhão de chances desperdiçadas. Quinta-feira a régua sobe, em um bom jogo para avaliar o time contra um adversário mais qualificado.

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