“Coragem para fazer o que tem que ser feito”

Opinião

Rodrigo Martini

Rodrigo Martini

Jornalista

Coluna aborda os bastidores da política regional e discussão de temas polêmicos

“Coragem para fazer o que tem que ser feito”

A reconstrução da histórica ponte de ferro é o símbolo da força do gaúcho e da comunidade do Vale do Taquari. Não havia tempo para mais nada. Definitivamente, era preciso fazer o que tinha que ser feito. Ou, como bem diz o slogan criado de forma orgânica para abrilhantar ainda mais este momento, era preciso “coragem para fazer o que tem que ser feito”. Uma coragem que envolveu e contagiou centenas de trabalhadores, e foi capitaneado por empresas com o DNA da nossa região. À Construtora Lyall, à Altari, ao Guincho Sansão e à indústria Tintas Nobres, um valoroso aplauso e reconhecimento pela ação grandiosa, que certamente conta com a admiração e a torcida de tantas outras empresas que, mesmo não participando de forma direta desse movimento, seguem na brava luta para manter a nossa economia girando.

É um ato histórico. Heroico e bravo. Aliás, não é só a raça do gaúcho que foi representada. Naquela estrutura está a cara e o suor do brasileiro que nunca desiste. A bem da verdade, somos muito maiores do que nós mesmos imaginamos. Mas, por vezes, é preciso um ato como esse para reforçar a nossa própria resiliência. Parabéns a todos. E que sirva de exemplo para a retomada da esperança em todo o Rio Grande do Sul. Merecemos!

Segurança e semáforo à travessia

A reconstruída Ponte de Ferro ainda não está liberada ao tráfego de veículos. Nessa sexta-feira, e após a instalação do novo vão sobre o pilar central da estrutura, as equipes iniciaram a instalação das madeiras que vão servir como base para a passagem dos veículos leves (carros, motos e ambulâncias, por exemplo). A expectativa é finalizar a instalação ainda neste fim de semana. Após mais essa etapa, serão feitos diversos testes de peso sobre a estrutura, e só então haverá o aguardado sinal verde para a passagem de veículos. Aliás, os governos já sinalizam com a instalação de semáforos em ambas as cabeceiras. Mas é preciso mais para garantir ordem e segurança. As “goleiras”, por exemplo, precisam ser instaladas muito antes do início da ponte para evitar confusão. Entre outras soluções já debatidas nos bastidores.

Agora, o movimento é por uma estiva

Após a instalação do novo vão da Ponte de Ferro, o mesmo grupo de empresários apresentou um projeto de construção de uma nova passagem entre Lajeado e Arroio do Meio. O movimento da iniciativa privada, liderado por Roberto Lucchese, da Construtora Lyall, argumenta que uma travessia, em formato de estiva, seria a forma mais rápida e viável para possibilitar a passagem de caminhões entre as duas cidades. A informação foi repassada nessa sexta-feira ao prefeito Marcelo Caumo (PP) e ao vereador e ex-engenheiro da prefeitura, Isidoro Fornari Neto (PP). O custo para a obra ficaria em torno de R$ 2 milhões e seriam necessários menos de 30 dias para a conclusão. Para tanto, seria aproveitado o aterro que foi feito dentro do rio Forqueta, necessário para a manobra dos guinchos que ergueram o novo vão da ponte de ferro. A ideia é continuar com o aterro e, no lado de Arroio do Meio, detonar uma parte do paredão de rochas. Inclusive, todo este material do paredão seria utilizado para o aterro dentro da água. Em cima disso, seria construída a estiva, com bloco de concreto pré-moldado, com cerca de quatro metros de altura. Ainda na tarde dessa sexta-feira, a proposta também foi apresentada ao promotor de justiça Sérgio Diefenbach, que representa a área ambiental dentro do Ministério Público regional.

Memorial à histórica enchente

A história estrutura de ferro que sucumbiu diante da força e da correnteza do Rio Forqueta repousa sobre a foz com o Rio Taquari, a pouco mais de 150 metros da reconstruída Ponte de Ferro. E já existe um movimento privado para transformar a estrutura que veio da Alemanha na década de 1930 em um memorial urbano à maior enchente já registrada em nossa história. Um ato necessário para que a tragédia jamais caia no esquecimento. Aliás, é preciso outros tantos movimentos semelhantes para evitar que os riscos e os nossos erros do passado caiam no esquecimento.

TIRO CURTO

  • Em Lajeado, os vereadores Isidoro Fornari (PP) e Sérgio Kniphoff (PT) estiveram in loco no momento de prestigiar a reconexão da histórica ponte de ferro. Mas outros parlamentares também passaram pela obra. Como exemplos, Carlos Ranzi (MDB) e Fabiano Bergmann (PP).
  • O governo de Estrela foi denunciado por suposta “superlotação da EMEI Casa da Criança”. Entretanto, e diante da calamidade que destruiu outras creches e forçou a recolocação de crianças, o Ministério Público arquivou a denúncia e concluiu que a secretaria de Educação atuou de forma efetiva para garantir o acesso à educação e o acolhimento das crianças atingidas.
  • Também em Estrela, foi empossado na manhã dessa sexta-feira o suplente de vereador Júlio Salecker (MDB). A cerimônia foi conduzida no Salão Nobre da prefeitura, com presença dos colegas parlamentares, funcionários da câmara e do prefeito Elmar Schneider (MDB). Ele assume a vaga no Legislativo devido a licença solicitada por Cristiano Nogueira da Rosa (MDB), que se ausenta por 30 dias por motivos pessoais.
  • Em tempo, Júlio Salecker alcançou 177 votos na última eleição e é o terceiro suplente do MDB. Ele também tem atuação destacada junto ao Comitê da Bacia Hidrográfica do Taquari-Antas, um órgão esquecido por muitos e que hoje possui uma importância ímpar na ordem do dia.
  • Aliás, Júlio Salecker participa da primeira reunião-almoço da Acil pós-enchente. O evento ocorre no dia 18 de junho, em parceria com a CIC/VT e CDL Lajeado, e será realizado no auditório da Unimed VTRP, já que a sede da Acil foi severamente atingida pela enchente. Em forma de painel, Salecker palestra ao lado do diretor da Bourscheid Engenharia e Meio Ambiente e vice-presidente do Sicepot-RS, Cylon Rosa Neto. O tema é “Plano de Ações para Segurança Hídrica do RS”.
  • Em tempo, o Comando Rodoviário da Brigada Militar informa que não haverá bloqueio neste fim de semana na ERS-129, no trecho entre Colinas e Roca Sales.
  • O importante movimento Juntos pela Ponte anunciou, nessa sexta-feira, a suspensão da campanha de arrecadação de recursos. Com cerca de R$ 1,7 milhão em caixa, o grupo deve definir nos próximos dias o rumo desse montante. Aliás, há quem defenda a manutenção da campanha. Mas agora com foco na construção de uma segunda ponte sobre o Rio Taquari, entre Lajeado e Estrela, entre Estrela e Cruzeiro do Sul, ou até mesmo entre Colinas e Arroio do Meio.

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