Pensar sobre recomeços significa entender que a vida é uma jornada repleta de altos e baixos, desafios e conquistas. Em determinados momentos, somos confrontados com situações que nos obrigam a recomeçar. Tais recomeços podem ser decorrentes de mudanças pessoais, profissionais, relacionamentos ou até mesmo eventos inesperados que nos empurram para fora da nossa zona de conforto. Independentemente da causa, recomeçar é uma oportunidade de renovar-se, aprender com as experiências passadas e buscar um futuro mais promissor.
Nesse período de catástrofes e crises de toda ordem, recomeçar representa saber que é possível ter um novo momento de vida, uma nova etapa com mais esperança e resiliência. O impacto emocional diante desse recomeço é indiscutível, gerando necessidade de apoio psicológico e social perante os processos internos necessários a serem revisitados. Entretanto, recomeços também designam a perspectiva, o horizonte, a luz ao final do túnel que, não raras vezes, esteve opaca e desacreditada pelas inúmeras intempéries da vida. E mais do que isso: recomeços designam mudanças de rotas. Como disse Platão: “Aprender é mudar posturas.” Eis um lema a ser seguido.
Ao mesmo tempo, recomeçar não pode ser simplificada como uma palavra avulsa do dicionário, mas como uma ação que se emprega no cotidiano. Estar diante de perdas já é um grande fardo para as inúmeras famílias que se viram obrigadas a lidarem com o esvaziamento de suas vidas, então recomeçar exige uma energia extra e muita coragem para seguir acreditando que vale a pena diante do luto que se precisa elaborar.
Importante analisar que em termos emocionais somos uma construção de personalidade e comportamento num processo contínuo e longo, mas, nem por isso, menos envolvente e atrativo, já que a própria vida exige tempo para ressignificar o passado, o presente e o futuro sem a linearidade que pensamos existir. Até porque a natureza não dá saltos na evolução, e os seres humanos são parte indiscutível dela.
Portanto, os recomeços são parte inerente do processo chamado vida. O mais importante talvez seja compreender que sempre haverá uma solução para cada problema e dificuldade que apareça como desafio. O tempo acaba por ser o bálsamo, o alívio, a consolação. Diante da situação catastrófica há uma oportunidade de escrever uma nova história com aquilo que se constitui e se impõe, com o que sobrou em formato de lamento, mas que reverbera como um grito de força e exemplo às gerações que virão.