Palavras que mais foram pronunciadas no meio que convivemos foram resiliência e força. É o que de fato precisamos. Começar do zero literalmente, recomeçar, é a realidade de milhares de pessoas em nosso estado. Aprendemos que dificuldades forjam pessoas fortes. Gostaria de acreditar que as grandes dificuldades impostas para nosso povo aqui no Vale, por conta das condições climáticas, estivessem chegando ao fim, mas essa certeza, muito menos essa resposta, não temos.
Ao mesmo tempo vimos os governos municipais trabalhando muito além de suas capacidades, e mesmo assim sendo criticados. Realmente lidar com pessoas é uma arte!
Por mais difícil que seja, sabemos que é um trabalho hercúleo, porém é em frente que se anda, e o Vale do Taquari e todo estado darão conta de mais esta demanda.
Teorias sobre como se preparar para catástrofes climáticas estão nos ensinando até agora, mas o fato é que a precipitação de praticamente 800 mm em poucos dias, numa região como a nossa, onde o Rio Taquari é a veia principal de drenagem, não existe milagre que desfaça tal sinistro. É fato cada vez mais gritante, que a retirada de entulhos e material do leito do nosso rio principal já deveria ter sido iniciada. Mas infelizmente existe uma política baseada no zelo excessivo com os “girinos ou reprodução de sei lá qual tipo de peixe”, em detrimento da vida de centenas de vidas humanas em cada inundação de grandes proporções. Não é necessário ser grande especialista para saber que o assoreamento do Rio Taquari está vários metros acima do que era, por exemplo, a poucas décadas atrás. Logicamente esse espaço hoje assoreado, fatalmente fará as águas subir muito acima do nível até a pouco considerado normal.
Por outro lado, sob o ponto de vista de mobilização humanitária, uma enorme rede de voluntariado se formou e a solidariedade se mostrou presente e atuante, pois graças a essa rede que nosso estado está sobrevivendo. Assim como urge a construção de novas casas para os atingidos diretamente, é imprescindível o auxílio imediato às empresas, pois é a partir delas que a roda irá girar.
E são elas que irão garantir o trabalho, o emprego e o sustento das famílias que precisarão se reerguer. Por mais que ouvimos críticas ao empresariado, são eles e apenas eles (e aqui incluo o agro), os responsáveis pelo sucesso e crescimento de famílias, impostos, funcionalismo público e absolutamente tudo que temos e teremos em locais pujantes, desde um município até todo o país.