Um mês após a água invadir muitas das lojas do Centro de Lajeado, varejistas ainda contabilizam os prejuízos, organizam seus espaços e decidem sobre o retorno ao mesmo local. A mudança para outras ruas da área central e até para os demais bairros é uma realidade na avaliação da presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Giselda Hahn. A projeção foi feita durante o programa Conexão Regional da Rádio A Hora, nesta sexta-feira, 31.
Conforme a presidente, a migração de lojistas para outros bairros permite o desenvolvimento de empreendimentos vinculados com as comunidades e chance de salas com valor menor serem locadas.
“Estas situações drásticas ajudam a mudar a forma de pensar de maneira mais brusca. Estávamos muito concentrados com o Centro na Júlio de Castilhos, a Bento, Benjamin e a Pasqualini. A gente vê que esses comerciantes saíram na sua grande maioria e procuraram lugar em outros pontos da cidade. O comércio de Lajeado será diluído para os bairros”, projeta.
A mudança de característica do varejo acompanha a tendência nas grandes cidades, segundo Giselda. Entre as vantagens, a empresária observa a consolidação dos bairros mistos, com área comercial e residencial em um mesmo espaço.
“Acho extremamente positivo. Em cidades maiores o Centro é diluído, aqui tínhamos uma tradição de concentração em alguns pontos da cidade e isso continua, mas é bacana ter comércios próximos de pontos residenciais. Oportuniza o desenvolvimento de outros bairros, alugueis mais baratos e mais facilidade de estacionamento”, analisa.
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Consultoria aos associados
Conforme o levantamento da CDL Lajeado, 67 estabelecimentos foram diretamente afetados pela enchente no município. Além disso, empreendedores tiveras perdas com a falta de energia elétrica, entrega de mercadorias e impossibilidade de abrir as portas. Por isso, a direção da federação organizou uma consultoria para os lojistas parceiros. Por meio de parceria com o Fórum da Mulher Empresária da Acil, especialistas atenderão os comerciantes nas quatro tardes de quarta-feira do mês de junho na sede da CDL.
De acordo com uma das organizadoras do movimento, Diandra Castioni, que integra a diretoria da CDL, trata-se de uma oportunidade de recuperação com gestores que possuem experiência de enfrentamentos de crises. “A ideia é que eles saiam com um plano de ação a ser desenvolvido. É importante, mesmo em meio a este cenário, dedicar algumas horas para olhar de forma ampla para sua empresa. Por vezes, o empresário está focado na operação e não consegue estabelecer algumas análises importantes”, explica.
Nos próximos dias, a CDL lança uma campanha para incentivar a compra nos estabelecimentos locais. A ideia é que sejam confeccionados folders, camisetas e mídias para convocar os moradores de Lajeado a optarem pelas lojas da cidade com o incentivo de movimentar a economia e recuperar parte dos prejuízos.
Assista a entrevista completa:
