As primeiras rodadas de negociações entre as associações que representam o setor produtivo e os governos Federal e Estadual não teve avanços significativos em relação a propostas de crédito para recuperação de empresas afetadas pela catástrofe do início do mês. O presidente da Federação das Entidades Empresariais do RS (Federasul), Rodrigo Souza Costa, confirmou as primeiras conversas com a classe política durante entrevista ao Conexão Regional da Rádio A Hora.
Conforme o presidente, a sinalização especialmente do governo federal, é de ouvir as dificuldades das indústrias com a promessa de auxílio. “O governo está naquela posição de ouvir e apresenta suas propostas, só que no presente momento o que se enxerga é produto de prateleira dos bancos, eles modificam os nomes e reapresentam. Tanto por cento mais taxa e corretor tal, variáveis de juros”, especifica.
Costa explica que as ofertas são parecidas com as apresentadas no final de 2023 após a enchente no Vale do Taquari. O dirigente explica que o modelo não interessa os empresários pela alta tarifa para negócios com lucro comprometido pelos desastres.
De acordo com o presidente, a diferença em comparação com o ano passado é a magnitude dos impactos, onde no ano passado eram 23 cidades afetadas e em 2024 a catástrofe alcançou a maior parte do Rio Grande do Sul.
O que sinaliza a Federasul
Segundo o presidente, um modelo que possa interessar o setor produtivo quanto a linhas de crédito para auxiliar no processo de reconstrução inclui juros fixos, com três anos de carência e um prazo de 10 anos para quitação. Além disso, a proposta é considerar a capacidade produtiva da empresa antes da enchente como fundo garantidor.
Até então, o estado sugeriu redução de impostos enquanto a União ainda não apresentou um programa oficial voltado aos pequenos, médios e grandes empreendimentos gaúchos.
Após a enchente na virada de abril para maio, o Pix da Federasul arrecadou R$ 1,2 milhão, o que foi revertido em doações para população desabrigada.
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