Por força das circunstâncias, fiquei duas semanas sem escrever a coluna. Impossível voltar a este espaço sem abordar o tema que se entranhou em nossas vidas: a enchente. Minha casa não foi atingida. A falta de água e luz não me impediu de auxiliar as pessoas desabrigadas, seja levando comida pronta, roupas e materiais de higiene e limpeza, ou mesmo ajudando a retirar e guardar móveis de amigos em nossa casa.
Na medida do possível, participei da cobertura jornalística desta catástrofe que ainda abala o Vale do Taquari e tantas outras regiões do RS. As mangas se mantêm arregaçadas para seguir em frente. Enquanto jornalista, uma das formas de colaborar no pós-evento climático é trazer ao debate, seja aqui na coluna ou por meio do projeto Viver Cidades, o qual coordeno, temas que contribuam para reconstrução ambiental, social e econômica.
Debate
“Impactos da enchente no Rio Taquari” é o tema do debate Viver Cidades na próxima terça-feira, dia 28, das 20h às 21h, na Rádio A Hora 102.9. Os convidados são: o engenheiro ambiental, presidente da Associação dos Engenheiros e Sanitaristas do Vale do Taquari e conselheiro no CREA/RS, Ivan Cesar Tremarin; o biólogo, mestre em Biologia Animal, Hamilton César Zanardi Grillo; e o engenheiro ambiental com especialização em permacultura e pós-graduado em Engenharia Geotécnica, Cleberton Bianchini.
Símbolo da resistência
Inaugurado em 23 de março, o monumento “Recanto Viva o Taquari-Antas Vivo” foi o que restou em pé no Parque Ney Santos Arruda com a enchente do início do mês. No dia da mobilização pela limpeza e preservação do rio, o entorno do monumento foi sede da primeira oficina da Escola das Águas. Diga-se de passagem, ensinar sobre água torna-se cada vez mais importante.
Chance para o recomeço
As casas de vegetação da Univates, onde são produzidas as mudas, ficaram inundadas durante a enchente. “Estantes, armários, sacos de substratos ficaram virados. Uma bagunça enorme, a água foi até a parte superior”, compartilhou a professora Elisete Maria de Freitas no grupo de whatsapp do Viva o Taquari-Antas Vivo. “Mas as plantas, em vasos e tubetes, ficaram intactas sobre as bancadas.”
Resíduos
Como no ano passado, o rescaldo da enchente são toneladas de resíduos. Importante, na medida do possível, separar os entulhos para dar a destinação correta. Contaminar solo e cursos d’água é o que menos o ambiente precisa.
Descarte
Impressionante a quantidade de resíduos sólidos domésticos arrastados pelas águas durante a enxurrada. Os bueiros não dão conta de tanta chuva em poucas horas, entretanto, se não tivesse lixo para obstruir as galerias, talvez, demorasse um pouquinho mais para começar os alagamentos.