O representante da Presidência da República, Maneco Hassen, o secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, Wolnei Wolff e o diretor de Emergência do Ministério da Saúde, Márcio Garcia, sobrevoaram as localidades atingidas pela enchente de maio e se reuniram com autoridades da região na tarde dessa terça-feira, 14 de maio.
A missão teve o propósito de aproximar os entes federais das demandas dos municípios. “A dimensão desse evento extremo foi gigantesca. Tivemos a experiência de setembro do ano passado, conseguimos fazer os atendimentos específicos por municípios, mas agora recomeçamos do zero. De nada serve o trabalho de antes”, avalia o secretário Maneco Hassen.
A primeira parada do grupo foi em Lajeado. O helicóptero com as autoridades chegou ao Parque do Imigrante por volta das 14h30min. Recepcionados pelo prefeito Marcelo Caumo e pelo vice-presidente da Associação dos Municípios do Vale do Taquari (Amvat), e prefeito de Bom Retiro do Sul, Edmilson Busatto.
Em seguida, o grupo se dirigiu aos destroços da Ponte de Ferro, entre Lajeado e Arroio do Meio. O governo federal garante R$ 6,7 milhões para a reconstrução da passagem. “É um valor importante, mas não será o suficiente para a nova ligação”, ressalta o prefeito Marcelo Caumo.
A verba será destinada pela Defesa Civil nacional e está prevista no orçamento da União. Conforme o secretário nacional de Proteção, Wolnei Wolff, recursos não vão faltar para auxílio na recomposição da infraestrutura.
O descompasso aparece quando se fala nos prazos. “A partir de agora temos que fazer os estudos para essa nova ponte. Fazer um levantamento hidrológico e de engenharia para que fique em uma cota mais segura”, diz Wolff.
“Vamos esperar quanto? Dez meses? Um ano? Um mês sem ligação entre Lajeado e a região alta será de muitos prejuízos. Precisamos que essa ponte seja reerguida rápido, se não vamos inviabilizar o envio de suprimentos para os municípios da parte alta, sem contar na dificuldade para retomada econômica e produtiva da nossa região”, adverte o prefeito Marcelo Caumo.
Para ele, o governo federal precisa entender a urgência dessa interligação por terra. “Eu falei para o secretário Maneco. Ele conhece a região, sabe que não será possível esperar tanto para essa reconstrução”.
A histórica Ponte de Ferro, entre Lajeado e Arroio do Meio, foi destruída pela enchente de maio. Junto com ela, a passagem pela ERS-130 também foi levada pela força dos rios Forqueta e Taquari na manhã da quinta-feira passada, 2 de maio.
Isso fez com que os municípios a partir de Arroio do Meio, como Encantado, Roca Sales e Muçum, ficassem sem ligação com a parte baixa da região. Depois da vistoria na Ponte de Ferro, a comitiva federal embarcou para Encantado, onde se reuniu com o prefeito Jonas Calvi.

Foto: Arquivo/A Hora
Movimento empresarial
Na quinta-feira da semana passada, 9 de maio, foi iniciado o movimento Juntos pela Ponte de Ferro. “Precisamos sensibilizar todos. Empresários, comunidade, autoridades. Vamos cair na real, se não nos envolvermos, a reconstrução dessa ponte terá dificuldade para sair”, adverte o empresário, Gilmar Borscheid, um dos idealizadores da ação.
A sociedade civil organizada reergueu em menos de 140 dias a ponte entre Nova Roma do Sul e Farroupilha, destruída pelo Rio das Antas em setembro do ano passado. Por meio de uma ação comunitária, o grupo de voluntários arrecadou R$ 7 milhões para a obra, inaugurada em janeiro deste ano.
Estima-se que sejam necessários até R$ 12 milhões para reconstruir a passagem e também dotar os acessos de infraestrutura para suportar a circulação de veículos, tanto de passeio quanto de caminhões.
As doações podem ser feitas pelo PIX: novapontedeferro@gmail.com. A conta é do Rotary Club Lajeado-Engenho.