Apesar da falta de energia para a operacionalização das atividades em Encantado e Arroio do Meio, e da dificuldade de logística devido às condições das estradas no Vale do Taquari, a Cooperativa Dália recebeu uma notícia que ajuda amenizar a situação enfrentada pela empresa, associados e funcionários após a enchente que assolou o Vale do Taquari. Conforme o presidente do Conselho de Administração, Gilberto Antônio Piccinini, a Dália teve a confirmação da habilitação para exportar carne suína e de frango para as Filipinas, país localizado no Sudeste da Ásia.
Mercado importante
“Essa notícia veio em boa hora, pois assim que retomarmos as operações vamos começar a participar desse mercado importante, nas Filipinas, assim como as dezenas de países que já somos exportadores. É um alento essa habilitação e desejamos que todos tenham um pouco mais de paciência, resiliência e fé, e que continuemos com as atitudes solidárias, ajudando quem mais precisa de apoio nesse momento”, destaca.
“Sejamos destemidos”
Piccinini lembrou que a história da cooperativa foi construída por pessoas destemidas, que sempre enfrentaram os desafios. “Recuperamos a história da Dália, que em junho completa 77 anos, através de um livro, o qual nos mostra o quanto essas pessoas foram batalhadoras. Sejamos destemidos novamente para enfrentarmos os desafios para, ali na frente, termos dias melhores e podermos dizer que valeu a pena esse trabalho solidário, que envolveu toda a comunidade”, convoca.
Atual cenário
O presidente do Conselho de Administração lembrou que as duas enchentes do ano passado fizeram com que a Dália adotasse medidas para amenizar os problemas causados pelas inundações. “Fizemos adequações nas plantas industriais e foi muito positivo, mesmo que tenhamos sido atingidos”, avalia. Segundo ele, os principais desafios são a falta de luz e a logística. “A Fábrica de Rações, em Encantado, está podendo operar. A planta em Palmas começa a produzir rações amanhã (quinta, 9) através de geradores. A unidade de laticínios e o frigorífico de frangos estão sem funcionar. E o de suínos aguarda o serviço de limpeza e a preparação para voltar à operação.”
Logística e internet
Piccinini citou também o desafio de não ter estradas em condições para fazer a logística da produção e a falta de internet em vários pontos da região. “Isso deixa os associados com dificuldade de comunicação e prejudica o fluxo de caminhões que entregam rações e carregam os animais das propriedades. A produção de leite, por exemplo, está sendo muito prejudicada”, lamenta, citando que em algumas regiões estão sendo feitas parcerias com outras empresas para a entrega de rações.
Associados e funcionários
A ajuda mútua também ocorre por meio da venda de animais vivos e da produção de leite, quando possível. “Precisamos agradecer muito essas parcerias com as empresas que estão com as plantas industriais em operação. Há um trabalho muito forte de auxílio nesse sentido”, agradece.
Piccinini também enalteceu o trabalho dos associados e dos funcionários. “Todos estão fazendo um grande esforço diante de tanta dificuldade. Ainda estamos com uma equipe reduzida, pois muitos foram fortemente atingidos, mas o grupo de gestores e funcionários que estão podendo atuar têm trabalhado na limpeza e recuperação. Esperamos retomar nossas atividades o mais rápido possível”, espera o dirigente.