Prefeito de Marques de Souza, Fábio Mertz, estima que os prejuízos na produção primária serão até dez vezes maiores no Vale.
Os desafios decorrentes da enchente já começam a apresentar os primeiros sinais, antes mesmo das águas baixarem. Em Marques de Souza, um dos municípios mais afetados pela cheia, a dificuldade para acessar as zonas rurais preocupa o prefeito, Fábio Mertz. Segundo ele, “mais de 1 milhão de aves vão perecer e em torno de 30 mil suínos. Isso é um impacto astronômico.”
A falta de alimentação dos animais é uma das principais causas da mortandade. E esta será uma realidade de diversos municípios do Vale. “É uma tragédia sem distinção. Na região, esse número pode se multiplicar por 10”, ressalta.
Bloqueios dificultam acesso às comunidades
Ao longo da semana, Mertz conta que foram resgatadas mais de 100 pessoas de suas casas. Boa parte estava ilhada em telhados ou no segundo pavimento das residências. Os salvamentos foram realizados com a ajuda dos bombeiros e de voluntários da região.
Ainda assim, não foi possível retirar todos os munícipes. “Estamos incomunicáveis com as comunidades do interior e muito preocupados com o distrito de Tamanduá. O cenário foi catastrófico lá”.
A queda de uma barreira na BR-386, na manhã de quinta-feira, 2, dificultou ainda mais o acesso à região. “Até ontem à noite, nosso foco era atender e acolher os desabrigados e os resgatados. A gente já tem traçado alguns planos de ação. Mas com o passar dos dias, eles também foram sendo modificados em função dos novos cenários se desenhando”, explica o prefeito.
Ainda na quarta-feira, 1, a prefeitura providenciou uma carreta com cestas básicas, por meio da Defesa Civil, em Porto Alegre. Parte dos mantimentos foram entregues à população de Marques de Souza. No entanto, o excesso de chuva e os deslizamentos impediram a entrada em algumas localidades.
