“Estamos sem estrutura alguma”, diz prefeito de Muçum

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“Estamos sem estrutura alguma”, diz prefeito de Muçum

Município está ilhado devido aos deslizamentos de terra e aguarda auxílio de maquinário para liberar acessos

“Estamos sem estrutura alguma”, diz prefeito de Muçum
Famílias chegaram aos abrigos por volta das 17h40min de terça (Foto: divulgação)
Muçum

O município de Muçum ainda não alcança a cota de inundação, mas já trabalha na prevenção. O prefeito Mateus Trojan, nesta manhã de quarta-feira, relata que ruas do município foram atingidas pela enxurrada, destruindo toda a estrutura da via, tubulações arrancadas, invadiu casas e pavilhões de empresas, além de inúmeros deslizamentos registrados, principalmente, no interior de Muçum. Deslizamentos que impedem o acesso do socorro. “O trajeto entre Lajeado e Muçum está bloqueado devido às ocorrências de queda de barreiras de terra, o que não permite a passagem de veículos. Maquinários trabalham na remoção dos bloqueios, porém, de forma lenta.”

Foto: reprodução/redes sociais

Conforme Trojan, algumas residências no município foram atingidas por deslizamentos de terra, porém, as pessoas conseguiram sair ilesas, apenas com ferimentos leves. A grande preocupação, segundo ele, é no interior de Roca Sales, pessoas com vida ativa em Muçum, alguns deslizamentos e pessoas soterradas. “Em Linha Pinheirinho, a projeção é de quatro pessoas desaparecidas e possivelmente em óbito. Na comunidade Santo André, em direção a Santa Tereza, registro de uma família inteira, em média seis pessoas soterradas, proprietários de um chiqueirão, que acabou também sendo levado pela força das águas e não há notícias de sobreviventes”.

Na comunidade de Linha Pinheirinho com alguns acessos liberados, mas dificultam a passagem devido aos deslizamentos. Trojan reforça que na manhã de hoje será feita uma operação com a presença dos bombeiros, equipes de salvamento para tentar localizar as vítimas e uma esperança de sobreviventes.

Nível do rio

Em Muçum, no momento há uma pequena redução do nível, porém, a redução é momentânea, pois ainda chove muito na região, principalmente, nas cabeceiras e logo esse volume vai chegar no município e a projeção é de ainda muita chuva nas próximas horas.

Remoção de famílias

Trojan salienta que a estratégia de remoção de famílias em áreas de risco ocorre desde o dia de ontem e durante toda a noite. “Empresas também retirando seus maquinários e estoques para evitar prejuízos maiores caso haja uma inundação maior nas próximas horas”.

O alerta é geral. “Temos muitos riscos de deslizamentos, e quem está em área de inundação, que saiam de suas residências, retirem os pertences. Caminhões estão sendo disponibilizados e quem puder ir atuando, vamos pecar pelo excesso, mas vamos sair”.

Para Trojan, o volume de chuvas é histórico. “O município está completamente desestruturado, perda de maquinários, caminhões, veículos na inundação de setembro, em novembro sem estrutura para trabalhar e, agora, pior ainda, sem acesso para que o auxílio possa chegar. A situação é algo que não conseguimos nem descrever. Um novo evento climático tenebroso que gera milhões de prejuízos. Exército, forças armadas, o que pudermos receber de auxílio, pois estamos sem condições alguma”.

Energia e telefonia

A energia mantida até o momento, mas durante o dia deve ter a interrupção do fornecimento, pois equipes trabalham. No interior, algumas localidades estão sem energia. Já a telefonia Claro está funcionando, mas a Vivo está inoperante desde ontem.

Além do impacto social, o emocional toma maiores proporções. “No momento, a palavra mais expressada no rosto das pessoas é desilusão com a vida, com a comunidade, com a propriedade, uma desilusão geral, pois uma sequência de eventos que causam esses sentimentos na comunidade”.

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