Posse na CIC-VT, histórico e estratégias

Opinião

Filipe Faleiro

Filipe Faleiro

Jornalista

Posse na CIC-VT, histórico e estratégias

Angelo Fontana assumiu a Câmara da Indústria e Comércio da região (CIC-VT). Empresário natural de Encantado, atua desde 1986 como voluntário em entidades de classe. A posse ocorreu na noite da terça-feira. Ele substitui Ivandro Rosa, que esteve à frente da associação por quatro anos.

A organização empresarial fortaleceu a atuação. Passou a se posicionar em assuntos diversos. Também foi nos anos de Ivandro em que aconteceu a pandemia, o acidente sobre a ponte do Rio Taquari, entre Lajeado e Estrela, e, mais recente, as inundações de 2023.

Desafios históricos, cada um com peculiaridades. Na pandemia, havia protocolos sanitários que mudavam todas as semanas. Indústrias alimentícias ficaram com os abates interrompidos por 15 dias. Comércio fechado, ou com limitações.

Foto: Divulgação

O acidente na ponte trouxe à tona a dependência de uma única ligação entre as duas principais cidades. Também desafios em termos de infraestrutura rodoviária, na principal via para a Região Metropolitana.

Nas enchentes, as mortes, os prejuízos e o impacto na empregabilidade, mostrou como a CIC-VT foi importante para organização do setor produtivo, em especial das empresas atingidas em oito cidades.

Para os próximos dois anos, o novo presidente mostra disposição em continuar o planejamento elaborado durante os anos de Ivandro Rosa. Acrescenta uma iniciativa relevante: contribuir na busca de cursos profissionalizantes específicos. Para tanto, promete um diagnóstico com todas associações dos municípios. Com os dados, conhecer qual o segmento que mais precisa de trabalhadores qualificados.

O pleno emprego e a falta de oportunidades

Foto: Filipe Faleiro

O Vale do Taquari tem índices de formalização do trabalho maiores do que a média nacional. Sem dados oficiais, pode-se estimar que mais de 33% dos cerca de 380 habitantes nos municípios da região estejam pela CLT.

Tira-se desta conta as crianças, idosos, pessoas com alguma condição de saúde que impede a atividade laboral (estatísticos apostam cerca de 30%), sobram os trabalhadores autônomos, informais e proprietários de negócios. Passa da metade o número de pessoas produtivas.

Neste emaranhado de números, há particularidades invisíveis. Para se ter uma ideia, no país, são mais de 66 milhões fora da força de trabalho. Deste total, mais de 10 milhões são jovens, os chamados de nem-nem (nem trabalha e nem estuda), dos 15 aos 29 anos.

Quer dizer que são vagabundos, como muitos insistem em rotular? Eu não arrisco qualquer julgamento. A maioria desse público são mulheres. Uma pesquisa em execução pelo Serviço Nacional da Indústria do RS (Sesi-RS) aponta que elas estão excluídas pelos deveres familiares.

A chamada crise do cuidado. Precisam estar do lado de familiares doentes, dos filhos e outros. A exigência da carga horária, a legislação de trabalho restritiva e as condições de vida são barreiras. Para especialistas, a dica é rever algumas exigências para encaixar essas pessoas no mundo do trabalho. Do contrário, vai faltar cada vez mais gente nas empresas.

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