Hospital Estrela reduz em 60% atendimentos não emergenciais

ENTREVISTA | FRENTE E VERSO

Hospital Estrela reduz em 60% atendimentos não emergenciais

Alto índice dificultava preferência a pessoas em situações mais graves

Hospital Estrela reduz em 60% atendimentos não emergenciais
Gerente administrativo do Hospital Estrela - Johnnie Locatelli (Foto: Pedro Rodrigues).
Estrela

O Hospital Estrela reduziu em cerca de 60% os atendimentos não emergenciais por pacientes que buscavam o pronto-socorro. Conforme o gerente administrativo Johnnie Locatelli, o índice de classificados com as cores verde ou azul caiu de 80% para próximo a 20%.

O gestor informa que a conscientização foi aplicada de forma ampliada a partir de 2022, por meio de comunicação, parcerias e alinhamento com municípios conveniados. “Esse alto quantitativo impedia de darmos preferência para pessoas em situações mais graves.”

A instituição vive novo momento após a Rede de Saúde da Divina Providência assumir a operação em 2019. A administradora fez planejamento estratégico e desenvolveu novos serviços para atender as demandas dos gestores públicos e comunidade.

Nos últimos cinco anos, o foco tem sido aprimorar os serviços existentes e realizar novos investimentos. Um exemplo disso é o Centro Cirúrgico, totalmente reformado em 2022, que agora conta com cinco salas cirúrgicas.

Da mesma forma, a emergência passou por reformas e foi concluída no mesmo ano. Já o ambulatório de especialidades foi finalizado em 2023, possibilitando ao hospital assumir a referência regional em traumato-ortopedia.

Em 2024, foi entregue um pronto atendimento, ampliando a gama de serviços de qualidade oferecidos à comunidade, especialmente para casos de menor complexidade de pacientes com planos de saúde ou privados.

“Desde 2019, várias mudanças ocorreram, tanto em investimentos quanto em aspectos internos de cultura e gestão. O foco e os investimentos são os segredos de uma boa trajetória”, ressalta Johnnie Locatelli, gerente administrativo do Hospital Estrela.

Ele acredita que a união e parceria entre os hospitais da região garantem também melhor distribuição dos recursos. “Para fazer saúde é preciso de recursos. O custo da disponibilidade de manter um serviço aberto 24 horas é extremamente alto e se a gente distribuir esses recursos entre vários hospitais acaba sendo enfraquecido. Importante olhar como região a escolha de serviços de referência. Todos os hospitais são importantes e, mesmo sendo pequenos, tem a sua importância para aquela comunidade a qual está inserida”. 

Alta complexidade 

De acordo com Locatelli, os serviços de alta complexidade iniciaram em junho do ano passado, porém, nos primeiros quatro meses, ainda dependiam de habilitações e encaminhamentos que não estavam sob controle da gestão local, mas sim do governo federal. Isso impediu o faturamento das contas até a publicação de uma portaria em outubro, quando a produção efetiva dos atendimentos eletivos começou.

Desde junho de 2023 até março de 2024, foram realizadas mais de 6,5 mil consultas em traumatologia, 118 cirurgias de alta complexidade e 515 cirurgias de média complexidade. “Nos três primeiros meses deste ano, realizamos mais cirurgias do que em todo o ano de 2023, graças à habilitação que o hospital recebeu. Foram 66 cirurgias, enquanto no segundo semestre de 2023 foram realizadas 52. A meta contratualizada com o SUS é de 16 cirurgias por mês. Estamos recuperando as cirurgias não realizadas no ano passado devido à falta de habilitação”, destacou Locatelli.

Parcerias  

A Univates e o Hospital Estrela estabeleceram parceria para permitir que alunos de medicina realizem estágios no hospital. De acordo com Locatelli, aproximadamente 20 alunos passam por esse processo. Atuam em diversas áreas como emergência, obstetrícia, internação clínica e cirúrgica. Acompanhando a rotina dos profissionais e adquirem experiência prática, o que contribui de forma significativa para a formação desses futuros profissionais. “Alguns ex-alunos já estão trabalhando no HE”, ressaltou Locatelli.

Próximos projetos 

“Na saúde, precisamos olhar o ano para frente. Estamos tentando enxergar um pouco mais longe com novos serviços, tendências, não atendendo somente o nosso cenário, mas linhas prioritárias do Ministério da Saúde”. Locatelli destaca alguns serviços em mente e, uma das demandas, é a especialização na formação médica, serviço de residência médica, ou seja, formação de médicos especialistas dentro da estrutura do Hospital. “Duas vagas preenchidas que já iniciaram em março a sua formação médica”. 

Números em 2023 

  • Cinco mil cirurgias realizadas em 2023;
  • 776 partos (HE como referência de alto risco);
  • mais de seis mil internações;
  • além de mais de 22 mil atendimentos na emergência. 

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