Escuridão. Insegurança. Medo. Há pelo menos três meses, a comunidade da Vila dos Papeleiros, localizada na divisa dos bairros Jardim do Cedro e Santo Antônio, convivem com uma iluminação pública precária. Pelo menos três postes de concreto estão com as lâmpadas queimadas desde o temporal de janeiro, que castigou a cidade.
Diferente de outros pontos da cidade, onde a substituição das lâmpadas ocorreu de forma ágil após o vendaval, neste local os moradores se queixam do abandono. São 12 famílias que residem às margens da rua Roque Biasu dos Santos e esperam por uma resposta do governo municipal.
Um dos moradores mais antigos da Vila dos Papeleiros, Pedro Voigt chegou a procurar o Executivo em busca de uma solução. No entanto, lamenta a demora para a resolução do problema. “É uma situação muito complicada para nós. Pagamos impostos e não temos o mínimo. Espero que o prefeito olhe para nós”, afirma.
Conforme Voigt, boa parte das famílias frequentam uma igreja nas proximidades. Os cultos são à noite e a falta de iluminação prejudica o deslocamento. “Se precisamos ir no mercado, também é um problema”. Frisa também que há postes danificados e que também não foram arrumados. “Tem um que está até balançando”.
“Estamos desesperados”
Sobrinha de Voigt, Angélica Maria lembra que a circulação de pessoas no local é grande, inclusive de crianças, prejudicadas com a iluminação precária. “Elas gostam de brincar até de tardezinha e nos feriados, mas com essa escuridão não dá. Se acontece algo à noite na rua, só no outro dia para saber, quando clarear”, comenta.
A precariedade no serviço se soma a outros problemas conhecidos da Vila dos Papeleiros, como as deficiências em infraestrutura. A via de chão batido gera poeira em dias secos e muito barro nos períodos chuvosos. “Estamos desesperados. Ninguém mais está aguentando essa situação”.
Problema repetido
O secretário municipal de Obras e Serviços Urbanos, Günther Meyer, relata ter conhecimento da situação na Vila dos Papeleiros.
Cita que foi feita uma troca de lâmpadas queimadas há menos de três meses e pretende mandar novamente uma equipe ao local.
“A Agiluz recebe as solicitações dos moradores sobre postes com lâmpadas queimadas e envia para o nosso pessoal ou para a terceirizada”, frisa Meyer.
Cinco anos de mudança
A Vila dos Papeleiros tem origem no fim da década de 1990, às margens da ERS-130, próximo à Docile. Ali, a comunidade passou a crescer com a coleta e reciclagem de lixo. Algumas moradias irregulares foram montadas no local. Em janeiro de 2019, as famílias foram removidas para uma área na divisa dos bairros Jardim do Cedro e Santo Antônio, após um trabalho conjunto do Ministério Público e do governo de Lajeado.