O excesso de fios em postes segue causando problemas em Lajeado. Além da poluição visual, eles representam risco para pedestres e veículos.
Nesta semana, um incêndio atingiu a fiação suspensa na rua Sabiá, no bairro Universitário, em Lajeado. Os bombeiros foram acionados para controlar a situação, que causou risco a residências próximas ao sinistro. Após, equipes foram acionadas para conserto da rede.
Em outro ponto do bairro Americano, na Rua Almirante Barroso, a empresa concessionária da energia elétrica fez a troca de um poste. O resultado são fios soltos e caídos na calçada, ou emaranhados.
Conforme Júnior Bohn, CEO da FBNet, não há um procedimento específico para denunciar estes cabos caídos. Para ajudar na identificação da empresa responsável por cada cabo, eles devem estar identificados com uma etiqueta. Nela consta número de contato para comunicar o problema.
Raquel Schwambach, diretora da Brasrede, explica que nos casos de fogo na fiação, a culpa do incidente não é dos cabos de fibra.
“A fibra não é condutora. Ela queima porque houve uma outra descarga elétrica, o rompimento de cabo da baixa ou alta tensão, ou ainda um problema na iluminação pública. É muito errada essa visão de que os provedores de internet são os culpados”, explica.
Poste Limpo
A provedora de internet Brasrede é uma das integrantes do projeto “Poste Limpo”. Conforme a sócia e diretora-financeira e vice-presidente da Associação dos Provedores de Serviços e Informações da Internet (InternetSul), Raquel Schwambach, a empresa possui desde 2022 uma equipe focada na limpeza de fiação em postes.
“E estamos preparando uma segunda equipe, porque a gente não vence o serviço. Quando termina o serviço em uma rua, já trocaram mais um poste em outro local. Além de outros casos, como caminhões que arrancam a fiação”, conta.
Conforme Raquel, o mesmo problema é registrado em todo o país. Segundo ela, um dos principais problemas é quando a concessionária de energia faz a troca de poste e não instala o novo no mesmo lugar.
“A concessionária troca o poste, abraça toda essa fiação, rompe muitos fios, amarra em um ponto de ancoragem e deixa lá. Além de romperem vários cabos e causarem a fiação solta que as pessoas enxergam na rua, causa um dano econômico muito grande para as fornecedoras de internet que precisam fazer a troca de todo esse equipamento”, diz.
Para ela, ações individuais não são suficientes para resolver a poluição visual. É preciso um trabalho em conjunto entre empresas provedoras, concessionária, administração pública municipal e Ministério Público.
Startup OganizaCabos
Uma startup de Lajeado busca minimizar o aspecto visual dos fios na cidade. A “OrganizaCabos” foi idealizada por Júnior Boh, Cassiano Nunes da Silva e Fernando Pinto Crossetti. O negócio visa melhorar a organização de fios e cabos em postes urbanos.
Na prática a proposta é instalar mini-suportes entre os postes para apoiarem os cabos. As peças que formam um sistema que organiza os cabos em um espaço de aproximadamente dez centímetros
“Deve ser algo funcional e prático, para os provedores manterem a organização. Chegamos nessa solução que não existe hoje no mercado e por isso solicitamos a patente. Ela deve agradar a população com uma organização melhor dos cabos, esteticamente. E deve ser aceito pelas concessionárias de energia, não fugindo muito das normas que hoje existem”, diz.
Bohn projeta que o produto deve ser oferecido para o mercado por um custo acessível e de fácil instalação. Em 30 dias deve iniciar a produção e instalação.
Exemplo em Venâncio Aires
Em Venâncio Aires, ações visam recolher fios inativos na cidade. Os trabalhos são realizados em parceria entre a Prefeitura, RGE Distribuidora de Energia e empresas provedoras de internet. Os mutirões iniciaram em março do ano passado, atuando em locais apontados pelos parceiros e ainda localidades sugeridas pela população.
“É importante porque além de promover mais segurança, especialmente a pedestres e motociclistas, também resulta em uma aparência mais bonita das ruas, retirando os fios que ficam soltos nos postes ou ainda nas calçadas”, destaca o coordenador da ação, Eduardo Luft.
Novas ações devem acontecer ao longo do ano. A população é convidada a enviar informações de onde existe a demanda. A comunicação pode ser feita através do WhatsApp (51) 99910-9500, com o endereço e, sempre que possível, uma foto do local.