Um dos desafios das principais empresas da região é conciliar os avanços tecnológicos com a gestão familiar e as exigências do mercado. No que diz respeito ao segmento industrial, a Rotainox prova que esses três pilares podem caminhar juntos e fortalecer ainda mais os negócios. No programa “O Meu Negócio” desta segunda-feira, 9, os proprietários Rafael Rodrigues, Ivandra Rodrigues, Cainã Iohan e Eduardo Reichenbach revelaram como a empresa avança no mercado nacional e está atenta às inovações para melhorar os serviços.
Há 14 anos no mercado, a Rotainox se destaca por desenvolver equipamentos industriais focados no processo de pasteurização dos alimentos e bebidas. Desde 2010, a empresa investe na mais alta tecnologia para proporcionar qualidade e segurança aos clientes, com base nas regulamentações e exigências do mercado.
Localizada em Westfália, a empresa foi fundada por Rafael e Ivandra, que hoje contam com o apoio do filho Cainã e do sobrinho Eduardo para tocarem o negócio. Segundo o empresário, a vinda da geração mais nova para dentro da Rotainox foi importante para melhorar os processos e trazer um novo olhar, muito mais administrativo e digital.
“A nossa geração é mão na massa, é de fazer. Eu sou torneiro mecânico de profissão, por exemplo. Já a gurizada vem numa pegada mais de organizar, fazer um PCP, uma ordem de serviço, um projeto”.
Desde os 14 anos atuando na empresa, Cainã conta que passar por todos os setores foi importante para entender os processos e se especializar nas reais necessidades do negócio. Formado em Arquitetura e Urbanismo, o jovem diz que, apesar de serem áreas diferentes, as questões relacionadas a projetos são similares e isso fez com que, no dia a dia, ele se atentasse mais aos detalhes.
“Passei por usinagem, solda, fiz todo o beabá. Enquanto isso, a Rotainox foi crescendo. Evoluímos a um ponto muito bom e fui me especializando cada vez mais”, afirma.
A coragem de não agradar – Ichiro Kishimi e Fumitake Koga
Inspirado nas ideias de Alfred Adler – um dos expoentes da psicologia – “A coragem de não agradar” é uma obra que faz o leitor refletir sobre o “eu interior”, a fim de superar limitações e se tornar a pessoa que deseja.
O livro revela o debate transformador entre um jovem e um filósofo que, durante cinco noites, discutem temas como autoestima, raiva, auto aceitação e complexo de inferioridade.
Assim como nos diálogos de Platão, em que o conhecimento é construído através do debate, o filósofo oferece ao rapaz as ferramentas necessárias para que ele seja capaz de se reinventar e de dizer não às limitações impostas por si mesmo e pelos outros.
Entrevista
- Rafael Rodrigues
- Ivandra Rodrigues
- Cainã Iohan
- Eduardo Reichenbach
“Precisamos estar à beira de uma rodovia”
Wink – O que faz a Rotainox?
Rafael – A Rotainox, quando nasceu, era uma tornearia com o intuito de fazer pequenas máquinas. Hoje, todo o processo da máquina de pasteurização é feito por nós. Desde o cálculo de quantas placas tu precisa para que o leite faça a troca de temperatura, até a fabricação do equipamento para suportar essas placas, soldas de tubulações, fabricação da bomba e automação.
Wink – Como é o processo de produção? Trabalha com células ou linha de montagem?
Eduardo – São setores espalhados dentro da empresa. A gente diz que tem duas fábricas dentro da Rotainox: a fabricante de peças e a montadora. Então a gente vai conduzindo a fabricante de peças para fazer antecipadamente e a montadora busca essas peças para ir montando as máquinas. Independente do processo que vão estar inseridas, as máquinas são muito parecidas, construtivamente falando. Alguns detalhes são diferentes, como a parte de válvula de instrumentação. Mas o cerne, o princípio da máquina, é muito semelhante.
Wink – Vocês estão estabelecidos em Westfália e tem clientes no Brasil inteiro. A localização é importante e qual a vantagem competitiva da Rotainox?
Rafael – Uma indústria como nós não trabalha mais com ponto. Na verdade precisa da logística. Como a gente é uma indústria, que desenvolve equipamentos pesados, precisamos ter boas rodovias, o espaço para manobra… É uma indústria que precisa estar à beira de uma rodovia. Estrategicamente estamos. E escolhemos Westfália pela logística. Precisávamos estar perto de um caminho entre Caxias do sul e Porto Alegre, e que tivesse no fluxo uma estrada boa.
Wink – Cainã, o que o ensino da arquitetura e urbanismo te ajudou na questão de ter uma visão mais ampla do negócio?
Cainã – O que me ajudou nessa trajetória foi a proximidade com projetos. Por mais que sejam áreas diferentes, tem coisas em projetos que são muito similares e isso fez com que, no meu dia a dia, eu me atentas-se muito para os detalhes.
Rafael – Complementando, há alguns anos, os empresários descobriram que era legal mostrar a fábrica para o cliente. Se tu fores em uma vinícola, por exemplo, vai para conhecer o processo de como faz e somente no final degustar. Então, a mão do Cainã vem nesse sentido. O que nós víamos no mercado eram equipamentos que não eram bem apresentados. A indústria trabalhava com alimentos e geralmente não podia mostrar a fábrica porque estava com equipamento feio, sujo. E o Cainã deu aquele “tapa de arquitetura”. Nós vamos pegar o equipamento e deixá-lo dentro da fábrica bonito.
Wink – Quando desenvolve o projeto, fala-se de um projeto que o cliente participa do desenvolvimento ou vocês apresentam uma solução nova?
Cainã – Tem essas duas possibilidades. Hoje, temos produtos padronizados que vendemos no mercado. Nossos principais clientes são laticínios, fábricas de suco e agora também a parte do agro. Temos soluções que já estão prontas e outras que a gente vai in loco para desenvolver. Às vezes o cara pensa que todos os equipamentos já existem, afinal hoje em dia está tudo muito evoluído. E na verdade não é assim. Então, a gente vai até o cliente, escuta, conversa e faz reuniões para trazer a melhor solução e custo benefício para o produto dele.
Wink – Ivandra, o que tu faz na empresa?
Ivandra – Desde o início eu atuo no setor administrativo. Por muitos e muitos anos eu fui o único administrativo da empresa e depois foram chegando mais pessoas que agregaram. Hoje tenho uma equipe maravilhosa, que me ajuda muito e são meus braços. Eu não preciso estar muito à frente no dia a dia, fico mais supervisionando. É um crescimento muito especial nesses 14 anos, porque eu aprendi na luta, no descobrir.
Wink – Como foi a organização da área administrativa para ela ser uma ponte de apoio para a decisão da empresa?
Ivandra – Como a gente começou pequeno, eu acumulava muitas tarefas e sempre que chegava alguém eu tinha dificuldade de ir largado. Porque a gente acha que a gente sabe fazer melhor. Hoje, temos que dar muita oportunidade para as pessoas, ensinar e deixá-las fazendo aos pouquinhos