Após o encerramento das operações do Frigorífico da Languiru em Poço das Antas, uma parte significativa dos funcionários buscou novas oportunidades de emprego fora do município. Essa movimentação causa preocupações para a gestão municipal e a nova administração do frigorífico. Com a retomada das atividades de abate de suínos prevista para junho deste ano, após a JBS assumir o empreendimento, será necessário um esforço considerável para trazer essa mão de obra de volta à cidade.
No entanto, a reabertura do frigorífico também traz preocupações logísticas. Segundo a prefeita Vânia Brackmann, a condição da principal via de acesso ao município, a rodovia ERS-419, é alarmante. “Está sem condições para passagem dos caminhões que transportarão os suínos para a JBS.” Ela ressalta os esforços para buscar recursos junto ao estado para a recuperação dessa rodovia, vital para a logística do frigorífico e para o município, mas até o momento, apenas promessas foram feitas pelo governo.
Além disso, Vânia destaca que um grupo de nove prefeitos da região une esforços para obter recursos destinados à melhoria de cerca de 36 km da Rodovia Transcitrus, no Vale do Caí. “Fomos a Brasília e recebemos a promessa de R$ 11,4 milhões. No primeiro repasse de R$ 6 milhões, esse valor foi dividido entre os nove municípios, sendo que Brochier recebeu uma parcela maior, cerca de R$ 2 milhões, devido à demanda. No entanto, as obras ainda não começaram em Brochier”.
A previsão é que essas obras sejam iniciadas em 2025. “Para concluir a primeira etapa, serão necessários pelo menos R$ 10 milhões, recursos provenientes do governo federal. A preocupação de Vânia é com a segunda etapa, que vai de Poço das Antas até Salvador do Sul”.
Expectativa de retomada do frigorífico
A reabertura do Frigorífico da Languiru em Poço das Antas gera expectativas de novas oportunidades de emprego na região. Com o encerramento das atividades, muitos dos mais de 600 colaboradores, a maioria proveniente de outros municípios e cerca de 100 locais, buscaram emprego em outras áreas. No entanto, com a instalação de novas empresas na cidade, alguns ex-funcionários da Languiru encontraram trabalho em setores como o ateliê de calçados, mercados e outras atividades.
A previsão é que o volume de abatimentos triplique. Passe de mil para três mil animais por dia, o que demandará a busca por uma nova mão de obra e o retorno de trabalhadores para Poço das Antas. Essa retomada das operações está programada para junho deste ano.
Vânia destaca a importância de concentrar esforços na recuperação do setor produtivo, especialmente no engajamento dos produtores que migraram para outras empresas. “Precisamos atrair essas pessoas de volta para produzirem esses animais. Estamos realizando um trabalho de recuperação, e o município está oferecendo suporte como terraplanagem para a construção de novos galpões”, afirma.
Além disso, Vânia ressalta os investimentos significativos na área educacional, com 25% do orçamento municipal destinado à educação. “Isso nos permite oferecer creches com vagas reservadas aos trabalhadores que vêm de fora do município para trabalhar em Poço das Antas, garantindo que suas crianças estejam próximas deles durante o expediente”, conclui a prefeita.