A manhã deste domingo, 7, foi de transtornos para moradores e comerciantes da rua Donga Menezes, no bairro Montanha. A chuvarada que caiu durante a madrugada causou novos alagamentos no entorno. As águas tomaram a via e invadiram estabelecimentos. Somente por volta das 9h a situação se normalizou
Não é de hoje que a situação incomoda a comunidade. O empresário Milton Manfroi, que atua no ramo de cereais há três décadas no local, lembra que o problema é antigo e foi agravado com as obras de duplicação da BR-386. Nos últimos meses, foram pelo menos três episódios semelhantes.
Segundo ele, os alagamentos frequentes ocorrem em virtude do sistema de escoamento, que não está concluído. Com as obras de duplicação da rodovia, a CCR ViaSul executou a construção de uma nova galeria dentro de sua faixa de domínio. A continuidade da estrutura, que ficaria a cargo do Executivo de Lajeado, não foi executada.
“Nós perdemos a paciência com o setor público. Isso é uma vergonha A CCR até colocou uma chapa de contenção na galeria que fica do outro lado da BR. Ajudou um pouco, mas não resolve o problema. A água continua caindo aqui”, critica. Frisa que a solução seria simples, com a colocação de 18 canos de um metro e meio.
Festa prejudicada
Uma casa de festas situada ao lado da empresa de cereais também sofre com as enxurradas. Neste domingo, uma força-tarefa foi montada pela equipe para garantir a realização de uma festa no local, prevista para iniciar às 10h.
“Ainda bem que a chuva parou cedo. Da outra vez, na enchente de novembro, tivemos que cancelar várias festas durante quase uma semana. É a segunda vez em menos de meio ano que somos prejudicados”, lamenta a proprietária, Gabriela Nicolai.
Assim como Manfroi, os proprietários foram atrás das autoridades para tentar resolver o problema, mas o impasse persiste. “Já conversamos com todo mundo e ninguém fez nada. A cada chuva forte, ficamos preocupados”.
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Casa de festas tinha evento marcado para as 10h deste domingo / Crédito: Mateus Souza
Responsabilidade
Uma moradora, que não quis se identificar, entende que há responsabilidade tanto do município quanto da concessionária. “Colocaram boas de lobo maiores e a água vem em excesso. No governo da ex-prefeita Carmen Regina, haviam instalado uns canos menores do outro lado da BR, para não vir tanta água. Mas não se pode esperar pela concessionária se ela errou. Precisam agir. Nossa paciência acabou”.