“Quiet Quitting” desafia líderes e exige mais proximidade e atenção

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“Quiet Quitting” desafia líderes e exige mais proximidade e atenção

Conceito surgiu no pós-pandemia e representa o funcionário com pouca motivação. Para especialistas, reflete o desejo dos profissionais por uma vida equilibrada e com propósito

“Quiet Quitting” desafia líderes e exige mais proximidade e atenção
Especialista afirmam que empresas e funcionários precisam estar em sinergia para viabilizar uma rotina equilibrada e com propósito. (Foto: BIBIANA FALEIRO/ARQUIVO)

A formação de equipes engajadas é um tema que toca a todas as organizações. Diante de diferentes gerações que atuam em conjunto nos mesmos ambientes, os desafios pessoais e objetivos da empresa, uma das grandes pautas dos gestores é encontrar o equilíbrio para engajar a equipe e evitar o “quiet quitting”, ou a chamada “demissão silenciosa”.

Hoje, empresas e funcionários precisam estar em sinergia para viabilizar uma rotina equilibrada e com propósito, é o que afirmam especialistas ouvidos pelo programa RUMO – O Futuro da Mão de Obra.

A gerente de Desenvolvimento Humano e Organizacional da Fruki, Ana Luísa Herrmann, a diretora de Gente e Gestão da Docile, Daniele Hanna, e a Gerente de Pessoas e Cultura da Unimed VTRP, Eliane Fröhlich, debateram sobre os desafios do novo modelo de jornada de trabalho.

Ao falar sobre a base de formação de equipes, Ana Luísa lembra que, de modo geral, as pessoas se engajam por alguma causa comum. “Esse é um alicerce para podermos desdobrar as estratégias de gestão de pessoa e formação de time”, afirma.

Para Eliane, quanto mais definido são os propósito e princípios da empresa, mais fácil é para encontrar pessoas que compatibilizam com estes desejos. “Esse é um caminho já traçado por muitas empresas. A gente trabalha muito nesta linha também, porque acaba aproximando as competências da organização com a das pessoas e, consequentemente, aumenta o engajamento”.

A dificuldade se apresenta quando empresa e funcionário deixam de ter o mesmo objetivo.

É este comportamento que pode acarretar no “quiet quitting” que, na prática, não indica a vontade de solicitar a demissão. Mas sim, a de limitar o exercício das atividades essenciais a função. Os profissionais com este perfil, tendem a evitar a sobrecarga. Eles estabelecem limites e, diferente da cultura tradicional, deixam de “viver para trabalhar” e trabalham o necessário para viver.

O Programa RUMO é uma realização do Grupo A Hora e conta com o patrocínio de Cascalheira Stone Garden, Colégio Evangélico Alberto Torres, Construtora Diamond, Sicredi, Univates, Rhodoss Implementos Rodoviários, Metalúrgica Hassmann, Dale Carnegie, Governo de Estrela, Rota Inox e Construtora Giovanella.

Papel do líder

Por muito tempo, o salário esteve entre o principal motivador dos pedidos de demissão. Hoje, comprovando a mudança de comportamento do funcionário, o primeiro aspecto que faz uma pessoa sair da empresa é o desentendimento com o líder imediato.

“Quando a gente fala de liderança, ela precisa ser uma liderança inspiradora. O líder precisa gerir pelo exemplo”, diz Daniele Hanna.

“Se ele traz comportamentos e condutas que não condizem com o propósito, fica difícil o engajamento”, realça Eliane.

O que é “quiet quitting”?

Representa o movimento em que o profissional estabelece limites entre o trabalho e a vida pessoal. O que acarreta na mudança de comportamento no dia a dia da empresa.

O termo “quiet quitting” ganhou destaque no início de 2022, quando ocorriam os movimentos de retorno dos trabalhos nos EUA, após a pandemia. Ele se tornou então um conceito porque as pessoas passaram a questionar o retorno às organizações e a todos os compromissos da atuação profissional, pelo fato de todos os ensinamentos que a pandemia nos trouxe.


Eliane Fröhlich
Gerente de Pessoas e Cultura da Unimed VTRP

“O gestor precisa saber lidar com as pessoas. Ele precisa ter a competência, a sinergia e a sensibilidade de entender o que se passa com aquela pessoa, porque às vezes ele não está no seu melhor dia e não vai conseguir entregar o que precisa. É ele ter a sensibilidade de conseguir auxiliar a pessoa a encontrar o seu melhor”.

Ana Luísa Herrmann
Gerente de Desenvolvimento Humano e Organizacional da Fruki

“Quando nós temos uma liderança que está próxima e consegue ter conversas de carreira com a pessoa, e se essa pessoa também está no processo de avançar na busca do seu autoconhecimento, dai pode dar match… Esse é um papel importante da gestão cumprir, de poder ter conversas com seu profissional em ambientes de confiança, de segurança psicologia, e construir juntos.

Daniele Hanna
Diretora de Gente e Gestão da Docile

“A gente precisa ter líderes que suportam as estratégias dos negócios, compartilhando coma equipe as ações que vão realmente colaborar com a estrategia do todo. Então, acho que esse é um ponto fundamental para que tenhamos êxito, tanto na continuidade das estratégias quanto na evolução”.

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