A paixão por explorar lugares e histórias tem impulsionado a criação de negócios voltados para o desenvolvimento do turismo regional. Cada vez mais, empresários locais estão investindo em projetos diferenciados para atrair visitantes ao Vale do Taquari. A exemplo deste movimento, o programa “O Meu Negócio” desta segunda-feira, 1º, trouxe o idealizador do “365 vezes no Vale”, Fábio Alex Kuhn, e a proprietária da Villa Jena, Sílvia Santos, dois empreendimentos que são verdadeiras vitrines para a região.
Criado há cinco anos, o “365 vezes no Vale” é um dos principais portais de turismo do estado. O projeto, que começou como um perfil na rede social Instagram, rapidamente ganhou o gosto dos exploradores da região.
Hoje, com mais de 400 empreendimentos e pontos turísticos cadastrados, abrange atrativos de 42 municípios. São sugestões de cachoeiras, locais históricos, religiosos, espaços gastronômicos e de contato direto com a natureza. Como a Villa Jena, local semelhante a um complexo turístico localizado em Sampaio, interior de Santa Clara do Sul.
A Villa surgiu para proporcionar à população momentos de conexão com a natureza e visitas ao passado, a fim de resgatar a história dos imigrantes. Projetado para os próximos 10 anos, o espaço é inspirado em uma cidade alemã, com características semelhantes ao município de Santa Clara do Sul.
Das histórias que sabíamos e um pouco mais – contos insólitos
Em uma mistura entre realidade e ficção, escritores de Lajeado resgatam histórias da cidade por meio de uma coletânea de contos. O livro “Das histórias que sabíamos e um pouco mais – contos insólitos” reúne textos de 14 autores que exploram os acontecimentos do município, remontam a história de Lajeado e região, trazendo informações, dados e observações acerca das ocorrências que moldaram a construíram a cidade.
ENTREVISTA
FÁBIO ALEX KUHN • Idealizador do 365 vezes no Vale
SÍLVIA SANTOS • Proprietária da Villa Jena
“Sempre quis ter meus projetos próprios”
Wink– Fábio, conte um pouco da tua experiência. O que você fazia antes do portal?
Fábio – Eu trabalhava com jornalismo, inclusive, fiquei muito tempo aqui no Grupo A Hora, no jornal. Trabalhei com tudo que se pode imaginar, desde esporte, cobertura política, até policial. Enfim, fazia de tudo.
Wink– O que o jornalismo te deu de viés no tema empreendedorismo? Tu buscou isso onde?
Fábio – Eu me considero, hoje, um produtor de conteúdo que está aprendendo a empreender. Para mim, o empreendedorismo surgiu porque eu sempre quis ter meus projetos próprios, minhas ideias colocadas no papel. Mas eu vi que isso era um pouco mais complicado. Não porque as empresas que trabalhei não queriam me dar uma oportunidade, mas porque as empresas contratam pessoas para uma demanda específica. Para que tu atenda há uma necessidade que ela já tem. Então, no momento em que eu percebi isso, constatei que para desenvolver uma ideia própria, eu precisaria fazer por conta.
Wink– Quando tu chega a Santa Clara, qual é a imagem que fica pra ti daquela cidade?
Fábio – Quando a gente entra em Santa Clara, ela já tem esse ar turístico, porque a cidade é muito bem decorada, bem cuidada. Recentemente, eles fizeram uma análise para ver que caminho deveriam seguir e o turismo surgiu como uma grande oportunidade. É uma cidade pequena, talvez um pouco mais difícil de atrair negócios, atrair empresas de inovação. Agora para o turismo é ideal, é uma cidade que tem qualidade de vida boa, sossego, segurança… tem experiências que as pessoas que vem de fora, principalmente de grandes centros, buscam.
Wink– Quando tu está em uma cidade com boa qualidade de vida, tem um ambiente favorável para o empreendedorismo. Sílvia, como isso impacta no dia a dia dos negócios de uma empresa?
Sílvia– Em relação aos funcionários, eles já tem o dom de dizer “estou morando em uma cidade turística”, falam com orgulho da cultura e história. E, quando a administração apoia, limpando os jardins, por exemplo, está deixando a cidade bem-vista que, quando as pessoas chegam na cidade elas olham assim “é aqui que quero morar e estar”. isso soma para nós porque eles vem com uma perspectiva de chegar ate a Villa.
Wink– Sílvia, me fala um pouco mais sobre esse lugar.
Sílvia– A Villa tem uma casa que era um salão antigo que foi restaurado. Ele tem mais de 120 anos e lá aconteceu muitas festas de casamento, jogos de bolão, aniversários… era como um local de uma sociedade. Na Festa das Flores criamos um roteiro para receber melhor nossos convidados. Há vários cenários na propriedade, tem bastante jardim e lá a gente preserva a questão do verde e guarda a parte da cultura.
Wink– Lá se faziam festas de casamento, batizados, encontros de família… isso mexe com a história das pessoas. Como a comunidade está repercutindo nesse aspecto?
Sílvia– Quando iniciamos, estava tentando descobrir o perfil do nosso visitante. Então, a gente fez bastante eventos e nesses eventos vinha o pessoal e contava, narravam histórias e traziam para nós alguns fatos. As pessoas estão trazendo essa história para nós.
Fábio – Continuando nessa pegada da questão histórica a Villa tem essa preocupação de manter viva as memórias de Sampaio, que foi uma comunidade muito forte no passado e que hoje vejo que esta se reestruturando com o turismo. Qual a importância de retomar essas memórias.
Sílvia– O projeto em si é fazer viver algo que estava esquecido, é fazer com que as pessoas consigam ter o contato com histórias que estavam apagadas. E isso é muito importante. Vejo que a sociedade e as pessoas que estão por volta, elas estão contribuindo para que isso aconteça, não é só eu. Existe a sociedade e as pessoas que vivem em Santa Clara que estão conseguindo escrever comigo a história.