Orientadores educacionais participam de formação sobre bullying

REDE MUNICIPAL de lajeado

Orientadores educacionais participam de formação sobre bullying

Estiveram presente profissionais de Escolas Municipais de Ensino Fundamental (EMEFs), Educação Infantil (EMEIs) e de Projetos Vida

Orientadores educacionais participam de formação sobre bullying
Créditos: Laura Mallmann/ divulgação
Lajeado

O governo de Lajeado, por meio da Secretaria de Educação, realizou uma formação com palestra sobre Bullying (prática de atos violentos, intencionais e repetidos contra uma pessoa), com a doutora e psicopedagoga , Cleo Fante, para orientadores educacionais da rede municipal, nesta terça-feira, 2. Participaram do evento, profissionais de Escolas Municipais de Ensino Fundamental (EMEFs), de Educação Infantil (EMEIs) e de Projetos Vida.

Cleo Fante iniciou a palestra com exemplos de comportamentos comuns, dados e pesquisas sobre o bullying no país e no mundo. Ela ressaltou que entre os dados mais alarmantes estão as consequências causadas a longo prazo nas pessoas que sofrem bullying na infância. “Conforme pesquisas, é possível perceber que quem sofre o bullying frequente entre os sete e 11 anos, pode desenvolver níveis acentuadamente mais altos de inflamação no corpo, aos 45 anos. Isso prejudica o sistema imunológico e contribui para o desgaste dos órgãos, levando à condições de diabetes e doenças cardiovasculares. Ainda é possível concluir que o bullying na infância ou adolescência, dependendo da frequência e severidade, pode levar ao déficit cognitivo e a problemas mentais, como a demência”, explica Cleo.

Palestra também abordou as fases do desenvolvimento das crianças e adolescentes, e como é possível identificar o bullying em cada etapa. Durante a tarde, a palestrante promoveu oficinas lúdicas para o enfrentamento nas escolas.

Sobre a palestrante

Cleo Fante é pioneira nos estudos sobre Bullying Escolar. Como formação, ela é doutora em Ciências da Educação, psicopedagoga e neuropsicopedagoga clínica e neuroterapeuta. Possui especialização em Neurociência Aplicada aos Transtornos Mentais, Comportamentais e de Aprendizagem.

Desde 2000, Cleo pesquisa o fenômeno do Bullying, sendo considerada “embaixadora” dos estudos sobre bullying no Brasil. Ela é autora do Programa Antibullying – Educar para a Paz, além de ser escritora com publicações no Brasil e na Colômbia. Também é diretora do CINA – Centro Integrado de Neurociência Aplicada.

Dicas para enfrentar o bullying

  • Conhecimento: a preparação, a formação do profissional para que ele compreenda, de fato, o que é o bullying. Para que ele não confunda com outras formas de implicâncias, de conflitos, de divergências, já que é muito comum que conflitos surjam em um local como a sala de aula. Às vezes, o aluno acha que a cadeira é dele e que precisa sentar ali e isso pode gerar um conflito, assim como um brinquedo no playground ou um trabalho em grupo. Tudo isso pode ser conflito e não bullying. São relações sociais que podem gerar conflitos e precisam ser resolvidas e diferenciadas do bullying. A formação continuada para identificar o bullying é essencial nestes casos.
  • Prevenção: É preciso apostar em estratégias de resolução de conflitos e valores da educação socioemocional, saber se colocar no lugar do outro e apostar na habilidade empática. A empatia é fundamental para saber conviver em sociedade. Respeito, compaixão e amizade são valores que precisam ser usados como base para não ocorrer a prática do bullying.
  • Identificação e intervenção: Saber diferenciar o que são brincadeiras da idade do que é realmente bullying. Na intervenção, o profissional deve incorporar uma neutralidade para não piorar a situação. Não pode expor a vítima, nem o agressor, para não intimidá-los. É necessário dar voz à vítima, empoderar, para que ela sozinha possa se impor sobre o autor da agressão. O professor precisa estar lá para intermediar e auxiliar na procura pela solução. Muitas vezes, o aluno autor do bullying já apresenta certa dificuldade nas relações sociais. É preciso relembrar as regras de convivência da escola, rever valores e tentar a solução. Caso o problema ainda não seja resolvido, é necessário acionar as demais instâncias da escola para buscar outras soluções.

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