Desafio é manter tranquilidade em meio ao crescimento comercial

DEBATE NOS BAIRROS

Desafio é manter tranquilidade em meio ao crescimento comercial

Presidentes de associações pedem maior fiscalização do barulho em estabelecimentos noturnos nos bairros. Desenvolvimento do comércio faz parte do projeto de descentralização da cidade

Desafio é manter tranquilidade em meio ao crescimento comercial
Entre os convidados do debate estavam Marcos Nesello, Adair Ruppenthal, Roberto Petuco e André Bücker

Próximos ao Centro de Lajeado, os bairros Americano e Hidráulica testemunham o crescimento nos negócios da cidade. Áreas que no passado eram mais residenciais, hoje apresentam empreendimentos comerciais diversos, em especial, na área gastronômica.

Essa descentralização dos serviços traz oportunidades aos bairros, mas também desafia os moradores. A necessidade de um desenvolvimento ordenado e tranquilo para as comunidades foi o principal destaque do debate promovido pelo projeto “Lajeado – Um novo olhar sobre os bairros”, iniciativa do Grupo A Hora em parceria com a Imojel.

Presidente da Associação de Moradores do bairro Americano, Adair Ruppenthal cita a vinda de muitos estabelecimentos que funcionam à noite para a localidade. “Esses lugares têm música alta, apresentações ao vivo, mas não têm nenhum tipo de isolamento acústico. O som acaba se espalhando num raio de 400 metros e prejudica a rotina de quem mora ali, em especial, dos idosos”, relata.

Ruppenthal enfatiza a necessidade de uma legislação mais rigorosa e com menos falhas na fiscalização. “É essencial encontrar o ponto de equilíbrio para que o bairro cresça, mas de uma forma que também mantenha a qualidade de vida dos moradores”, ressalta.

Outro ponto que Ruppenthal cita é a avenida Alberto Pasqualini. “Se tornou o ponto de encontro para os jovens, que colocam música alta. Isso causa muita reclamação de quem mora ali e não consegue dormir”, diz.

No Hidráulica, o presidente da Associação de Moradores, Roberto Petuco, também mostra preocupação com o assunto. “A gente percebe o crescimento dos restaurantes e pubs por lá. Isso é muito bacana, mas é preciso observar a questão do barulho”, concorda.

Ao encontro disso, o arquiteto e sócio-proprietário da DNW Empreendimentos, Marcos Nesello, cita esse movimento de descentralização que vem ocorrendo na cidade e acaba por influenciar esses dois bairros. “O desenvolvimento sustentável exige essa expansão da área comercial. A característica empreendedora de Lajeado é boa para desenvolver os pequenos negócios nos bairros, o que cria uma certa autonomia nas comunidades”, destaca.

De acordo com o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Agricultura, André Bücker, o novo Plano Diretor da cidade, elaborado em 2020, contempla essa ideia. “Nós justamente tornamos a legislação mais branda em alguns pontos para facilitar o desenvolvimento dos pequenos negócios”, destaca.

No passado, comenta o secretário, o comércio era restrito ao Centro e os demais bairros eram somente para moradia. “O objetivo é que, no futuro, nós tenhamos vários núcleos comerciais que deem autonomia para as localidades”.

Desenvolvimento ordenado

O Americano tem o metro quadrado mais caro de toda a cidade, destaca Ruppenthal, mas ainda poderia ter melhorias no calçamento. “Esses dois bairros são bem consolidados, não têm grandes problemas de infraestrutura. Mas o que os moradores pedem é a manutenção das vias, mas sem asfalto”, cita.

Petuco também observa a valorização que o Hidráulica recebe. “Vejo o quanto mudou nesses 18 anos que estou ali, muitos prédios novos, mas continua tranquilo para viver”, conta.

Com sete empreendimentos no bairro, Nesello destaca que, como arquiteto e empresário, enxerga responsabilidade na ocupação e no desenvolvimento ordenado do local em que está inserido. “Temos muito orgulho de ter participado do crescimento do Hidráulica, desde 2010, quando trouxemos o primeiro centro comercial. Naquela época, era quase inovador”, lembra.

Espaços públicos

Décadas atrás, quando a ocupação desses dois bairros iniciou, poucas áreas públicas, como praças e parques foram projetadas. No Americano, cita Ruppenthal, a Praça João Zart Sobrinho, mais conhecida como Praça do Papai Noel, passa por reformas. “É um espaço que é usado por moradores de outros bairros também, por isso é bom que receba melhorias”.

No debate, surgiu a necessidade de um olhar mais cuidadoso ao Parque do Engenho, que é ponto de ligação entre o Americano e o Hidráulica. Nesse sentido, o secretário Bücker destacou a ideia do Parque Linear, que conectará o Parque do Engenho com a avenida Décio Martins Costa e também a nova estrutura para a feirinha do produtor, que trará movimento ao parque.

Próximos debates

17 de abril
Jardim do Cedro
e Santo Antônio

22 de maio
Igrejinha, Imigrante e Planalto

19 de junho
Floresta e São Bento

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