Com mais de 220 casos de dengue confirmados, Estrela é o município com mais registros da doença na região. A Secretaria de Saúde intensifica as ações contra o mosquito Aedes aegypti e busca conscientizar a comunidade acerca dos riscos. Durante o mesmo período no ano passado, a vigilância epidemiológica havia constatado menos de 60 casos.
O índice de infestação do inseto no município mais que dobrou em relação a 2023. O resultado do Levantamento Rápido de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa) revelou nível de 16,3 – ideal seria menos de 1. Outro método para avaliar a presença do mosquito é a “Armadilha de Ovitrampas”. O mecanismo foi implantado nos bairros durante a semana. Na contagem anterior, foi apontado que 97% das armadilhas continham ovos.
Coordenadora da vigilância epidemiológica, Carmen Hentschke explica que o aumento expressivo de casos acontece devido ao período chuvoso. “Foi uma situação perceptível durante os mutirões de limpeza. Quando o tempo está seco, a água em pequenos reservatórios evapora, mas quando está úmido, não seca. O recipiente se torna um criadouro”, destaca.
Os bairros com mais número de casos são Cristo Rei (60), Moinhos (49) e Imigrantes (29). O trabalho dos agentes de endemias é direcionado conforme o registro da doença nos bairros e índice de infestação. A cada confirmação de dengue em uma residência, é feita uma revisão nas nos locais próximos.
“Todos os bairros da cidade têm a presença do inseto. Grande parte dos focos estão nas residências. Não é uma característica só de Estrela, mas do país todo. A população precisa criar o hábito de evitar criadouros do inseto”, alerta Carmen. Alguns pontos da cidade também recebem aplicação de inseticida.
Outra ação prevista pela Secretaria de Saúde é a criação de kits para a pessoa infectada. “Queremos oferecer um conjunto de itens como repelentes e isotônicos, porque o infectado pode desidratar. A medida também impede novas contaminações”, explica a secretária Márcia Scherer.
De acordo com os registros da pasta, focos de criadouro do inseto foram encontrados na maioria das residências de pessoas infectadas pela dengue. “A comunidade precisa entender que as ações são conjuntas, desde manter a limpeza, até usar o repelente. E as pessoas devem buscar atendimento médico em caso de qualquer sintoma relacionado a doença”, afirma Márcia.
Biólogo da 16ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS), Bruno Cappelari também ressalta as ações adotadas em nível estadual para controlar a presença do mosquito. Entre elas, a borrifação residual intradomiciliar (BRI), que consiste na colocação de veneno nas estruturas. “O mosquito que pousar na parede, morre”, afirma. Em Estrela, o método é aplicado nos prédios públicos.
Diante do aumento de pessoas infectadas pela dengue, Estrela aguarda o resultado da investigação de um óbito. O caso é analisado pelo Laboratório Central do Rio Grande do Sul (Lacen). Até o momento, a região contabiliza uma morte pela doença, registrada em Lajeado.