Os casos confirmados de dengue registrados nos 75 primeiros dias do ano ultrapassam o total de 2023 no estado e no país. A região apresenta 243 casos positivos, o que representa 55% a menos do que no mesmo período do ano passado, mas percebe aumento significativo em cidades como Estrela, Lajeado e Teutônia.
Em Estrela, cidade do Vale do Taquari que apresenta maior número de pacientes com dengue, eram 40 confirmações em 2023, para 149 no mesmo período deste ano. Conforme o biólogo especialista em saúde da 16ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS), Bruno Egídio Cappelari, eram 528 casos confirmados de dengue no ano passado e nenhum óbito na região. Este ano, apesar da redução de casos, um óbito foi registrado em Lajeado. Entre as cidades que reduziram o número de casos, está Encantado, que contabilizou 445 casos confirmados no ano passado. Hoje, são 3.
Cappelari ressalta que o maior número de casos costuma ser registrado em meados de abril, o que significa que a incidência deve seguir em ascensão pelas próximas semanas. Além disso, todos os municípios do Vale possuem a presença do vetor Aedes aegypti, por isso, o risco de transmissão também é alto.
“Considerando todo o contexto nacional e estadual, e a definição de nível de alerta máximo para a região do Vale do Taquari nas últimas análises epidemiológicas, ressaltamos a importância da manutenção dos cuidados com o mosquito vetor”. A qualquer sintoma da doença, o paciente deve se dirigir ao serviço de saúde.
Registros antecipados
De acordo com a coordenadora da vigilância epidemiológica de Lajeado, Juliana Demarchi, este ano, a região começou a registrar casos positivos da doença mais cedo do que os anos anteriores. Por outro lado, na cidade, não foi percebido um aumento exponencial entre uma semana e outra, com uma média de cinco a oito casos a cada sete dias. Segundo ela, ainda não foi verificado nenhum pico de casos confirmados.
“A curva epidemiológica de 2024 está muito semelhante à curva de 2023. Por hora, o cenário da cidade segue tranquilo em relação ao que já vivemos lá em 2022”. Juliana ressalta que, apesar de um óbito, não há, no momento, nenhum paciente hospitalizado.
O município intensifica as ações de combate ao vetor, com carro de som na rua. Segundo a coordenadora, em cada caso positivo, toda a área é informada. Também há a aplicação dos inseticidas Cielo e do Fludora nos prédios públicos. Ainda, as visitas dos agentes de saúde e endemias são intensificadas.
“Essa estrutura montada está dando conta de atender toda a população. A UPA, inclusive, durante o final de semana, teve um atendimento tranquilo, principalmente em relação a casos suspeitos de dengue”, destaca Juliana.
No estado e no país
Nos três primeiros meses do ano, o Brasil já registrou 1,68 milhão de casos prováveis de dengue, mais do que o total de 2023, que foi de 1,66 milhão. De acordo com o Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde, o número de mortes observadas este ano, no entanto, foi de 513, contra 1.094 no ano passado.
Em nível estadual, neste período de 2023, havia 2.378 casos confirmados e, em 2024, são 24.065 confirmações, um aumento de 900% ano a ano. Além disso, em 16 de março de 2023 ocorreu a confirmação do primeiro óbito do ano no Rio Grande do Sul, enquanto neste ano, o Estado já soma 24 mortes.
Municípios com maior registro da doença
Confirmações no Vale
- Teutônia: 20
- Estrela: 149
- Arroio do Meio: 6
- Taquari: 3
- Lajeado: 40 e 1 óbito
- Encantado: 3
- Mato Leitão: 2
- Bom Retiro do Sul: 5
- Capitão: 1
- Colinas: 1
- Dois Lajeados: 1
- Fazenda Vila Nova: 3
- Muçum: 3
- Ilópolis: 1
- Nova Bréscia: 2
- Pouso Novo: 1
- Putinga: 1
- Westfália: 1
TOTAL: 243