Em um mercado cada vez mais dinâmico, em constante transformação pela imersão das tecnologias, os profissionais precisam se adaptar. Quando se trata de um trabalhador inserido em alguma empresa, qual a responsabilidade de cada um, empregador e funcionário.
O programa “RUMO – O futuro da mão de obra na região” abordou o desenvolvimento profissional: a importância da parceria entre empresas e funcionários na busca pela excelência.
Especialistas destacaram que essa responsabilidade compartilhada é fundamental tanto para a sobrevivência das organizações, mas também para o crescimento em termos de resultados e novas prospecções.
O debate está disponível no A Hora TV no youtube. A programação teve como convidados o diretor do Dale Carnegie no Vale do Taquari, Gabriel Garcia, da diretora da Sulatti, Liselena Neumann, e da psicóloga e consultora empresarial, Silvia Vargas.
Na avaliação dos participantes, é preciso haver um entendimento dentro das empresas de que o avanço técnico, dos processos e dos métodos de trabalho está no DNA do negócio. “Chamamos de cultura da empresa. E isso deve ser defendido sempre, pois está nesse conjunto de valores a identidade da organização”, afirma o diretor do Dale Carnegie, Gabriel Garcia.
Para os três debatedores, a formação profissional é um fator determinante para o crescimento das organizações, pois impacta de forma direta a qualidade dos serviços, das entregas e dos resultados.
O Programa Rumo – O futuro da mão de obra na região – é uma realização do Grupo A Hora e conta com o patrocínio de Cascalheira Stone Garden, Colégio Evangélico Alberto Torres, Construtora Diamond, Sicredi, Univates, Rhodoss Implementos Rodoviários, Metalúrgica Hassmann, Dale Carnegie, Governo de Estrela, Rota Inox e Construtora Giovanella.
Importância do líder
Para Silvia Vargas, o contato entre equipe com o superior imediato é uma das chaves para fortalecer a cultura de busca incessante por conhecimento e novas formas de trabalho. “Tudo o que o ser humano quer, onde esteja, é ser notado. Com os nossos colaboradores, estamos atentos a eles? Nos comunicamos bem com a equipe? Eles sabem o que é planejamento estratégico? Tem ideia do papel deles na organização?”, questiona.
Para a consultora, deixar claro o papel deste trabalhador dentro do ambiente corporativo nivela expectativas e reduz problemas com absenteísmo e rotatividade. “Temos que trabalhar a experiência do colaborador dentro da empresa. Um dos principais ativos das pessoas é a capacidade de pensar sobre aquilo que fazem. Se não tivermos um olhar para isso, teremos problemas.”
O diretor do Dale Carnegie Vale do Taquari, Gabriel Garcia, concorda e acrescenta: “o primeiro motivo para um trabalhador pedir para sair não é salário. Fizemos uma pesquisa, e o número um é desentendimento com o líder imediato. Não é com o dono da empresa, ou com o diretor, mas com o líder dele naquele setor específico.”
Para ele, essa evidência mostra que o papel de gerentes, encarregados, coordenador de setor, precisa ser visto com muita atenção, pois é no dia a dia que se constrói ou se destrói relacionamentos profissionais.
Resistência frente a mudança
“Instalamos novos equipamentos nos caminhões pela manhã. Na parte da tarde, chegou o primeiro pedido de demissão”. As palavras da diretora da Sulatti, Liselena Neumann, empresa de logística de Arroio do Meio, são um exemplo de como a mudança em processos e formas de trabalho pode encontrar resistência entre os trabalhadores.
“Fizemos uma série de treinamentos para uso de novas tecnologias e teve quem não aceitou. Precisamos saber lidar com isso, nem todas as pessoas estão de portas abertas e querem acompanhar a evolução”, frisa.
Ex-professora, Liselena criou um sistema de treinamentos dentro da empresa. Para além das atividades práticas voltadas ao trabalho na transportadora, também passaram a ouvir o que os trabalhadores desejavam aprender, como uma forma de garantir engajamento e proatividade.
“Nos cursos, buscamos explicar o propósito daqueles conhecimentos. De como aquilo vai impactar na vida dele, tanto como profissional quanto como pessoa. No fim do ano passado, fizemos um treinamento de frenagem brusca. Como conduzir o caminhão e aumentar a vida útil dos freios, reduzir consumo de combustível e evitar perda de produtos. Teve quem chegou para nós e disse: ‘passei a conduzir o meu carro dessa forma’.”
No programa os debatedores reforçaram a ideia de que a responsabilidade pela profissionalização não deve recair apenas sobre as empresas, mas também sobre os trabalhadores. A parceria entre ambas é essencial para o desenvolvimento sustentável no ambiente de trabalho, afirmam.