Os problemas de escassez hídrica são cíclicos e nos últimos anos impactaram de forma direta o setor primário. Apesar de programas lançados para incentivar a reserva de água e irrigação, pouco de fato avançou. Agora, o Estado apresenta um novo projeto para custear parte dos projetos voltados à segurança hídrica. Parece ser uma nova tentativa de emplacar soluções para um problema antigo e recorrente. Pela proposta, serão repassados R$ 213,2 milhões para a subvenção das iniciativas de irrigação em quatro anos. Com isso, o governo espera aumentar a área irrigada no RS em 100 mil hectares, um incremento de 33% nas principais culturas. O Estado custeará 20% do projeto, limitado a R$ 100 mil por beneficiário. O programa é destinado a todos produtores rurais (pessoas físicas) e vai beneficiar projetos de implantação ou ampliação de sistemas de irrigação (por aspersão, localizada ou por sulcos); e construção, adequação ou ampliação de reservatórios de água para fins de irrigação.
Para iniciar o programa, em 2024 estão assegurados R$ 20 milhões destinados ao pagamento parcial dos projetos de irrigação. As regras para participação serão publicadas em edital no Diário Oficial do Estado, e os projetos deverão ser encaminhados até 30 de abril de 2025. Mesmo com a liberação de recursos para tal, será imprescindível o trabalho de orientação e conscientização dos produtores rurais. Sem uma mudança cultural sobre os eventos climáticos, a mudança dificilmente vai ocorrer.
Vale perde liderança no abate de suínos
O levantamento da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs) apontou que o Vale do Taquari perdeu a liderança no setor. Os dados consideram 318 municípios gaúchos. Após o encerramento das atividades da Languiru e a paralisação de abates por conta dos prejuízos causados pelas cheias, a região registrou o abate de 1.808.712 de suínos. O primeiro lugar que era ocupado há anos pelo Vale, agora passou para o Médio Alto Uruguai, que em 2023 abateu 1.810.781 suínos. As regiões representam 16,03% e 16,05%, respectivamente, do total da produção do RS.
Energia estável no campo
Não é de hoje o problema da energia elétrica no meio rural. Não apenas as quedas no abastecimento, mas também a falta de qualidade e capacidade de entrega. São diversos os relatos de produtores com sua produção limitada por causa do serviço prestado pela RGE. Esse assunto motivou audiência pública na Assembleia. Como encaminhamentos, foi definida a criação de dois grupos de trabalho que tratarão sobre medidas preventivas e outro para discutir formas de ressarcimento de perdas.
Avanços na avicultura
Com perspectivas de alta nas exportações, a partir da abertura de cotas com países como México, Reino Unido e Singapura, além de habilitações e outros fatores deverão ter impacto positivo no segmento das aves. A projeção é do presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin. Ele também considera que a produção vai acompanhar essa tendência, em compasso com demandas internas e do mercado internacional. Já em relação aos desafios, aponta questões sanitárias, demanda global e variações nos preços das commodities.
Leite a R$ 2,24
O valor de referência apurado para o leite no RS em fevereiro é de R$ 2,2497. O indicador é 4,12% superior ao consolidado de janeiro (R$ 2,1607). A projeção leva em conta os dados coletados nos primeiros 20 dias do mês. Para facilitar o acesso às informações, está em elaboração uma plataforma para auxiliar o produtor a mensurar padrões de rentabilidade de acordo com a qualidade do leite produzido. Segundo o coordenador do Conseleite, Allan André Tormen, essa é uma das prioridades do grupo para dar maior previsibilidade nas relações comerciais.