Depois de mais de 20 anos sem uso, o antigo prédio dos Correios, que foi a leilão pelo menos três vezes, passa por trâmites para ser repassado à prefeitura. A articulação ocorre entre o município e o governo federal. Construído na década de 50, imóvel fica na rua Marechal Deodoro, em frente à Praça Matriz.
As tratativas foram confirmadas pelo vereador Isidoro Fornari Neto durante a sessão da Câmara de Vereadores de terça-feira, 6. De acordo com Fornari, a ideia é permitir que o município se aproprie da estrutura, preserve o contexto histórico e projete uma ampla reforma. “A ideia é desenvolver e melhorar aquela estrutura que hoje está abandonada em uma parte da cidade que precisa de investimentos”, analisa.
O ex-secretário de projetos especiais do governo pretende viajar até Brasília nas próximas semanas, onde tratará sobre o tema com o secretário institucional da secretaria de Comunicação, Maneco Hassen. “Vamos fazer todo o esforço para poder viralizar esse projeto”.
O prédio está avaliado em R$ 1,5 milhão pelo governo federal, mas o município faz uma nova avaliação, porque discorda do valor. O Executivo acredita que a estrutura possa valer cerca de R$ 600 mil.
De acordo com o prefeito Marcelo Caumo, ainda não há definições sobre a futura ocupação do prédio. A transferência da do 22º Batalhão da Polícia Militar, que hoje fica na Júlio May, para o local, é uma possibilidade. Com isso, a própria praça também seria valorizada e a segurança reforçada.
Por ser um prédio histórico, a fachada da estrutura também pode ser mantida, mas o prédio deve passar por reformas. “O local tem limitações de construção, então tem uma série de trâmites”, reforça Caumo. Não há prazo para que as tratativas sejam concluídas.
Tentativas anteriores
Na época em que foi construido o terreno foi cedido pelo município em duas partes: uma para o Estado, para construção de um Fórum, e outra para o governo federal, para instalação dos Correios.
Tentativas anteriores da prefeitura de municipalizar o prédio já foram feitas. Foi oferecida uma permuta, mas a negociação não teve sucesso. A matrícula do imóvel registra 292 m² de área construída e 726 m² total. Para os Correios, o terreno compreende uma área de 577,5 m² e o prédio em alvenaria, com três pavimentos, tem área construída de 317,5 m².
Ao longo dos anos, foram ao menos três tentativas de leilão, mas não houve interessados. A estrutura está abandonada desde 1996, quando a Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) determinou que a construção não atendia as necessidades da estatal.
Hoje, o local é alvo de descarte irregular de lixo e abrigo para moradores de rua.

Construído na década de 50, é uma referência da arquitetura da época. Foto: divulgação