A crescente no número de ciclistas nas ruas tem despertado a atenção de muitas pessoas. Basta sairmos às ruas para percebermos a mudança na paisagem, na qual ciclistas, automotores e pedestres compartilham os espaços. Tanto como forma de locomoção, o que já percebe-se há anos mas, de forma mais intensa nos últimos tempos, a ascendente no número de ciclistas que buscam na modalidade uma prática esportiva saudável. Eu, enquanto ciclista, percebendo essa ascendente, percebo também a necessidade de alarmar alguns cuidados imprescindíveis para tornar nossa prática (mais) segura.
Primeiramente, em relação à vestimenta usada durante os passeios, cabe ressaltar o alto grau de importância das cores utilizadas pelos ciclistas, principalmente à noite. Ciclista: opte por cores vibrantes. Evite camisas escuras. Seja visto. Há estudos que apontam as distâncias de visibilidade, dependendo das cores utilizadas pelos ciclistas. Para se ter uma ideia, enquanto que uma roupa de tonalidade escura (preta, por exemplo) torna-se invisível, inclusive de dia, roupas azuis são vistas a 17 metros, vermelhas 24 metros, amarelas 37 metros, brancas 55 metros e cores refletivas/vibrantes a 130 metros de distância. A ciência explica essa grande diferença entre as cores e distâncias: o olho humano é atraído por cores que contrastam com o ambiente que estão.
Aliadas às luzes, que não são apenas acessórios, as roupas são importantes para aumentar a segurança dos ciclistas enquanto praticam sua atividade. Sinalizadores traseiros e faróis dianteiros, além de proporcionar ao ciclista a visibilidade do caminho por onde pedala, são importantes para, resumidamente, chamar a atenção. No entanto, ciclista, preste a atenção no farol que você utiliza para que não prejudique a visão de quem vem em sentido oposto ao seu. À noite, principalmente, evite utilizar o farol no modo strobo (piscante) para não ofuscar quem vem à sua frente ou até, se pedalando em grupo, “atrapalhar” o ciclista que está pedalando junto contigo. Da mesma forma, temos luzes disponíveis para ciclistas que são tão ou mais fortes que os faróis dos veículos. Portanto, ciclista, mantenha seu farol regulado de forma a iluminar o seu caminho não prejudicando a visão de quem vem em sentido oposto.
Mais um item de suma importância e que torna-se imprescindível para a prática do ciclismo: o capacete. Mesmo em pequenas distâncias, não deixe de lado esse importante item. Nunca sabemos quando ele será necessário, ou melhor, exigido, em caso de acidente. Então, mantenha este item de segurança em dia e observe sua validade. Importante ressaltar que, caso seu capacete já tenha sofrido uma batida, convém trocá-lo, pois uma pequena e invisível rachadura poderá inutilizá-lo. Em paralelo ao capacete, atente ao óculos apropriado ao ciclismo. Existem óculos de proteção individual (EPI) que são super acessíveis e executam muito bem seu trabalho de proteção, principalmente contra insetos que poderão machucar seu olho (e provocar uma queda). Por outro lado, óculos melhores, fotocromáticos, por exemplo, auxiliarão também em dias muito ensolarados. Em hipótese alguma utilize óculos de vidro e, muita atenção às hastes do óculos que devem sempre passar por fora das cintas do capacete para chegar até a orelha pois em caso de queda, o óculos deve “ejetar” da cabeça facilmente e a cinta o deixará firme, podendo machucar seu olho. Quem precisa de óculos de grau, meu caso por exemplo, existem excelentes opções com presilhas internas que poderão acoplar uma outra armação com as lentes de grau. Novamente: em hipótese alguma utilize óculos de vidro.
Finalizando, ciclistas devem andar sempre no fluxo do trânsito, no bordo da via e em fila, caso andem em grupo. Exagere na sinalização gestual. Indique aos condutores para onde você está indo apontando com o braço direito ou esquerdo a mudança de direção. Em caso de parada, levante o braço esquerdo. Por fim, sejamos gentis, compartilhamos as vias uns com os outros e para uma boa relação, o respeito mútuo é a melhor opção. Boas pedaladas a todos!