Natural de Canguçu, Sandro Gularte Duarte, dermatologista do Hospital Bruno Born (HBB), é o nosso nono entrevistado do quadro “Diálogos HBB”, da Rádio A Hora.
Duarte concluiu o ensino fundamental em Canguçu. Em seguida, foi para Pelotas fazer o ensino médio no Colégio Gonzaga. A escolha pela medicina ocorreu por influência do pai de um amigo que exercia a profissão na época. “Não lembro muito bem”.
O ingresso na universidade foi a partir de uma escola técnica que preparava o aluno para o mercado de trabalho. Após quatro anos, ingressou na Universidade Católica de Pelotas (UCPel). “Frequentei o colégio técnico já com a intenção de atuar na área da saúde.”
Após cinco anos na UCPel e o sexto ano como estágio no Hospital Conceição em Porto Alegre, iniciou sua história na medicina. “As batalhas enfrentadas na trajetória foram sofridas, mas me fizeram crescer e me desafiar.”
No sexto ano, conheceu um amigo de Santa Maria que o levou para participar de estágios e eventos da dermatologia que foram decisivas na escolha de qual especialidade seguir. “A dermatologia é uma área cada vez mais concorrida, propicia a ter uma vida privada, e atender das mais diferentes idades em consultas, procedimentos estéticos, cirurgias, dentre outras, uma área bem variada”.
Para a residência, não passou na primeira prova e, como segunda opção escolheu a medicina de família, área pouco procurada e acesso mais facilitado. “Fui trabalhar no bairro Partenon, na base do Morro da Cruz, em Porto Alegre, posto de uma área bem carente, sem muita estrutura, sem abastecimento de água. Como valorizava naquela época tomar um banho quente”, relembra.
Primeiro ano da residência atuou em posto de saúde, em Porto Alegre e, no segundo ano, um pouco em cada dos grandes hospitais nas mais diversas áreas e, por último, dois meses de opcional, foi quando elaborou um projeto de estágio fora e preparou o currículo para depois fazer prova e entrar na dermatologia. “Consegui estágio em Barcelona através do Sindicato Médico que organizava esses estágios. Naquela época não tinha telefone com facilidade e pelo sindicato consegui a ligação e fui para Barcelona aos 25 anos”.
Voltando com uma bagagem bem valorizada, tentou mais uma vez a dermatologia e foi reprovado pela segunda vez. No terceiro ano da especialização da medicina da família, teve a opção de escolher outra região e o destino seria Lajeado, em 2000. Antes disso, foi para Arroio do Meio onde passou 15 dias. Já sem grandes expectativas, passou pela Secretaria de Saúde de Lajeado e foi convidado pela secretária da época, Líria Jacques para ficar. “Ela é responsável pela minha permanência na cidade e por conhecer a minha esposa”, brinca.
A enfermaria e o pronto-socorro não estavam em seus planos. Por isso, decidiu atuar na dermatologia. Renunciou ao trabalho e se concentrou nos estudos. Seguiu para Porto Alegre onde permaneceu por dois anos no Hospital de Clínicas. Logo depois, retornou para Lajeado, onde completa 24 anos de carreira.
Relação paciente x profissional
Gosta de lidar com pessoas, “de conhecer o açougueiro, o pessoal da padaria, conhecer gente nova, participo de um grupo de corrida e, minha filha me ensinou que ‘se a gente é querido com os outros, eles são queridos com a gente’ e isso levo comigo”, recorda.
Conforme Duarte, para ele não existem diferenças de classes. “Cumprimento o porteiro do mesmo jeito que o profissional da troca de plantão e, assim, o tempo vai nos dando o retorno, a vida nos retribui”, reforça.
Família
Duarte é casado e tem dois filhos, a Sofia, 15, e o Gabriel, 11. “Lajeado faz parte da minha vida, maior parte dela vivi aqui”.
HBB como referência
O especialista destaca a evolução na qualidade do atendimento e estrutura. “Percebo, olhando para os anos anteriores, o quanto o hospital Bruno Born cresceu. Deu um pulo em relação a qualidade, te dá todo o suporte para desenvolver o trabalho em todas as áreas fazendo com que crescemos todos juntos” e complementa, “o que temos de melhor está sendo feito aqui e o que não está sendo feito, o pessoal se empenha para trazer. A direção está de parabéns”.
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