Evento para arquitetos traz bisneto de Oscar Niemeyer a Lajeado

Vida e ambiente

Evento para arquitetos traz bisneto de Oscar Niemeyer a Lajeado

A iniciativa foi promovida na noite de segunda-feira, pela Arabesco Acabamentos, em parceria com a Villagres. Em palestra, Paulo Niemeyer compartilhou legado da família

Evento para arquitetos traz bisneto de Oscar Niemeyer a Lajeado
Paulo Niemeyer palestrou na Arabesco, em Lajeado, para arquitetos da região. (Foto: Bibiana Faleiro)
Lajeado

Arquitetura inspirada nos traços eternizados de Oscar Niemeyer. Este foi o tema apresentado por Paulo Niemeyer, bisneto de um dos maiores arquitetos brasileiros, em evento na noite de segunda-feira, 4. O momento foi promovido pela Arabesco Acabamentos, em parceria com a Villagres, na sede da Arabesco, em Lajeado, e também contou com a parceria da Lyall Construtora e Incorporadora, por meio da Tartan.

O evento ainda contou com a participação de Ana Dullius, diretora de marketing da Run More, com o tema “Como a moda se inspira na arquitetura”. Para prestigiar a noite, foram convidados arquitetos do Vale e de fora dele, de cidades como Porto Alegre e Santa Cruz do Sul.

Além da experiência e da troca entre os profissionais, o momento também serviu para apresentar aos profissionais a coleção Niemeyer, da Villagres, empresa paulista especializada em porcelanatos.

A coleção leva os tons de brancos e cinzas que delineiam as curvas de Oscar Niemeyer na pele do concreto armado. Uma linha assinada por Paulo Niemeyer, como uma homenagem ao bisavô. A coleção está disponível na Arabesco.

Traços únicos

Durante a palestra de Paulo, que também é arquiteto e designer, ele recorda que Oscar Niemeyer considerava sua arquitetura diferente e se baseava nas possibilidades técnicas e condições sociais dos ambientes.

Formado pela Escola Nacional de Belas Artes, era arquiteto e engenheiro, e entendia muito das duas profissões. Paulo conta que o Oscar defendia os espaços vazios na arquitetura. “Ele tinha uma maneira simples de escrever e desenhar. A estrutura estando ali, a arquitetura estava pronta”. O bisavô reservava algumas identidades que se repetem no trabalho dele. “Se preocupava sempre com a praça, com o paisagismo, com o conforto ambiental que, hoje, é a sustentabilidade”.

Ao longo dos anos, também percebeu que a cidade deveria estar em transformação. “Inclusive em Brasília, ele defendia que a cidade não precisava ficar engessada do jeito que foi concebida”. Nascido na Lapa, no Rio de Janeiro, Oscar também gostava das vivências, e defendia a temática na arquitetura.

Legado

“Meu bisavô ficava até 1h, 2h da manhã trabalhando, escrevendo, ele não parava de trabalhar”. Paulo Niemeyer conta que teve contato com Oscar desde criança e, na adolescência, foi trabalhar com a mãe, que atuava nos projetos do arquiteto. O pai de Paulo também era arquiteto e o gosto pela área surgiu muito cedo. “O trabalho do meu bisavô sempre fazia parte da gente. Eu fiquei muito orgulhoso quando comecei a ter essa relação mais próxima com ele”.

Para o bisneto, o legado que o bisavô deixa vai além da profissão. “Meu bisavô dizia que o mais importante é a solidariedade e ele era assim. Foi um ser humano muito coerente. Ele acreditava num mundo melhor e mais justo, e eu queria ver esse mundo que ele sonhava”.

Trajetória de Niemeyer

Oscar Ribeiro de Almeida Niemeyer Soares Filho nasceu em 15 de dezembro de 1907, no Rio de Janeiro. A Obra do Berço, na cidade, em 1937, foi o primeiro projeto de Niemeyer que foi construído.

O carioca também fez outras atividades, como gravuras e esculturas, como a do Monumento ao presidente Juscelino Kubitschek (JK) em Brasília e a mão no Memorial da América Latina em São Paulo. Em 1956, Kubitschek convidou Oscar Niemeyer para projetar Brasília. O arquiteto morreu aos 104 anos, no dia 5 de dezembro de 2012, no Rio de Janeiro.

Principais obras do arquiteto

  • Catedral de Brasília (1958)
  • Congresso Nacional (1958)
  • Museu de Arte Moderna de Brasília (1997)
  • Palácio do Planalto (1958)
  • Palácio da Alvorada (1957)
  • Supremo Tribunal Federal (1958)
  • Teatro Nacional (1958)

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