Uma pequena estufa de 48m² abriga 20 espécies entre arbustos, arbóreas, frutíferas, todas nativas, com a capacidade de iniciar a recuperação trechos de mata ciliar. Dali, do Alto do Parque, em plena área urbana de Lajeado, também saem plantas para
viabilizar processos de compensação ambiental.
O trabalho desenvolvido na Arvorecer Mudas Nativas começou em agosto de 2022. Naquele período, o proprietário Augusto Pretto Chemin, 31, cursava mestrado em Sistemas Ambientais Sustentáveis. A sócia, Amanda Janner Marques, 21, atuava em laboratório de Botânica, na Univates. Ambos perceberam a escassez de espécies adequadas para recuperação da mata ciliar e decidiram iniciar o negócio.
Hoje, os principais clientes buscam orientação à preservação, serviço de fornecimento e reposição de mudas, além de roçadas e plantios. Para manter a estufa, Chemin e Amanda buscam as sementes na própria natureza, em florestas ribeirinhas.
Evolução
Em menos de um ano e meio, Chemin e Amanda avançaram no modelo de produção. Os tradicionais tubetes e saquinhos plásticos estão sendo substituídos pelo paper pot. A tecnologia sustentável usa papel biodegradável envolvendo o substrato,
evitando a produção de lixo, porque é enterrado junto com a muda, e preservando totalmente a raiz.
Mata ciliar
Entre os clientes da Arvorecer Mudas Nativas estão produtores rurais que precisam recuperar áreas degradas. A região do Vale do Taquari é caracterizada pelas pequenas propriedades. A legislação determina que o proprietário da área mantenha uma faixa de terras às margens dos mananciais. “Quanto mais largo for o rio, maior será a faixa de preservação”, destaca Chemin.
Deixar uma faixa sem plantio, pode parecer perda de produção. No entanto, uma área bem protegida de cobertura vegetal serve para evitar o assoreamento. Amanda cita as enxurradas de setembro e novembro do ano passado que expuseram as barrancas, causando um grande impacto ambiental. Se a cobertura fosse adequada, é muito provável que o impacto teria sido menor.
Amanda destaca que casos extremos, como esses ocorridos no Vale, exigem projetos de bioengenharia para recuperar as margens. Entretanto, ressalta a importância das medidas preventivas. “Manter as florestas ribeirinhas é essencial para preservar seus ecossistemas. Um exemplo de sucesso, cita Chemin, que é biólogo e mestre em Sistemas Ambientais Sustentáveis, é uma propriedade rural submetida ao trabalho de pesquisadores da Univates. “Utilizando técnicas e espécies adequadas, apresentou um andamento significativo na recuperação do local.”