“Insatisfeito com os limites que acredita ter alcançado e precisando superá-los, o rapaz mergulha do alto da pedra nas águas remexidas pela cascata. A pressão da água o faz submergir até o fundo barrento do pequeno lago. Os pés afundam no lodo e, por instantes, ali fica, até que o ar preso no corpo comece a alterar seu metabolismo. Impulsiona o corpo em direção à luz e irrompe das águas, retomando ar para os pulmões”.
A experiência de superação oxigena e possibilita um novo olhar para o que está à nossa volta. Segundo Joseph Murphy, podemos moldar nosso destino a partir daquilo que pensamos. Alimentando o subconsciente com pensamentos positivos e eliminando os padrões negativos nele alojados, somos capazes de ressignificar nossa trajetória.
De acordo com pesquisas, à medida que vamos adquirindo consciência sobre os impactos das transformações que o mundo passa e da fragilidade de estruturas que nos cercam, há uma tendência a buscarmos passar mais tempo com as pessoas que gostamos, pois assim nos sentimos mais fortes para superar o estresse e as dúvidas sobre o caminho a seguir.
Historicamente, períodos turbulentos antecedem grandes transformações. É natural que nenhum de nós (com um olhar atento para o mundo) possa estar confortavelmente acomodado, sabendo que, além das tensões climáticas que nos afligem, há ainda conflitos armados em andamento em diversas partes do globo – aqui mesmo na América do Sul, Venezuela e Guiana mantêm um estado de tensão.
Na efervescência da primeira Revolução Industrial, Adam Smith proferiu palavras que ressoariam através dos séculos, incluindo a célebre Teoria da Escolha Individual. Em um mundo em rápida transformação, ele argumentou que as pessoas, em última instância, buscam não apenas bens tangíveis para se satisfazerem, mas experiências que acrescentem valor às suas vidas.
Diante do quadro atual, repleto de desafios e incertezas, onde, ao mesmo tempo, testemunhamos uma expansão notável em setores como educação, tecnologia e comércio, o mercado se agita e as empresas se adaptam. Em meio a tudo isso, surge uma pergunta essencial: para quê Marketing, afinal?
A resposta, paradoxalmente simples e complexa, reside na essência das próprias palavras de Adam Smith, em 1770. Enquanto o mundo se metamorfoseia diante de nossos olhos, uma verdade permanece imutável: a experiência continua a ser o fio condutor que une o consumidor ao produto, o cliente às marcas que escolhe. Num universo saturado de opções, é a experiência que diferencia, que cativa, que transforma uma simples transação em algo memorável.
Não falo do consumismo vazio, em que somente a aparência tem valor. Nem da necessidade de se adotar essa ou aquela ferramenta de engajamento. É, antes de tudo, a capacidade de compreender que, por mais que o mundo mude, a essência do comércio permanece ancorada na busca humana por experiências que valham a pena.
O medo até pode ser o maior inimigo do ser humano, conforme Murphy, mas se botarmos oxigênio na vida, tudo pode ser muito melhor.