Município mais antigo da região, Taquari vive um cenário de muitas indefinições para as eleições de 2024. A cidade, comandada por cinco partidos diferentes nos últimos 30 anos, tende a reeditar uma disputa bastante conhecida do eleitorado, com os mesmos candidatos do pleito passado. Uma terceira via, no entanto, não está descartada.
A coligação formada entre PDT e PT, adversários no passado, governa a cidade há mais de uma década. E, apesar de alguns ruídos na atual gestão – com direito à saída de um vereador da base aliada –, o grupo atual parece unido em torno da reeleição de André Brito. E a tendência é de uma repetição da chapa vencedora em 2020, com Ramon de Jesus de vice.
A manutenção da parceria é prioridade, segundo o presidente do PDT, José Harry. “Nós temos uma aliança com o PT que vem desde 2012. Queremos manter essa coligação e, nesta junção, conversar com outros partidos que venham agregar a este projeto construído”, salienta o dirigente, também vereador.
O PT, que tem como grande expoente na cidade o ex-prefeito e atual secretário de Comunicação Institucional do governo federal, Maneco Hassen, também prioriza a continuidade da aliança. O entendimento de alguns líderes da sigla é de que a continuidade da parceria hoje é o melhor caminho para Taquari. No entanto, outros nomes fortes defendem uma reavaliação do cenário, com possível rompimento da coligação.
Indecisão
Na oposição sobram dúvidas. Ainda não há um nome de consenso entre o grupo, enfraquecido após o resultado das urnas em 2020. Na ocasião, o PSDB foi o único a apresentar uma candidatura majoritária – com chapa pura – mas acabou derrotado.
O atual presidente do PSDB, João Batista é o mais cotado para concorrer novamente pelo partido. Ele admite a possibilidade de ser alçado ao pleito, mas lembra que há outros correligionários aptos. “Temos também o ex-vereador Carlinhos Martins e o próprio Cláudio Martins, ex-prefeito, que sempre é lembrado nas conversas. Mas ele não quer mais concorrer”, comenta.
Segundo Batista, o diálogo mais avançado é com o PP, parceiro de outros pleitos, além do MDB. A sigla ainda vai conversar com o Podemos e o Avante, este recém-fundado na cidade. “Pretendemos também dialogar com o PL, pois houve uma reestruturação recente no partido”.
Embora a intenção seja a criação de um grande bloco de oposição, Batista diz não fechar as portas para partidos que hoje estão na base aliada. “Até porque temos uma boa relação com o Maneco e com o próprio André Brito”.
Diálogos
Maior partido em número de filiados, o MDB foi coadjuvante no último pleito. Apresentou apenas nominata ao Legislativo, mas não conquistou cadeiras. Agora, busca recuperar território. O presidente Roberto Cardoso afirma que a sigla está preparada para as eleições, pois possui nomes “com experiência, qualidade e comprometimento para assumir postos de liderança”.
“O MDB tem um peso grande na eleição. O diálogo é aberto com todos os partidos e temos a premissa buscar sempre o melhor para a cidade e para os munícipes”, pontua. Cardoso frisa que as conversas são feitas com vários partidos, sem mencioná-los. “Buscamos estabelecer uma coligação fortalecida junto a parceiros comprometidos com nossa população”.
Uma das siglas com o qual MDB dialoga é o PP. O presidente Aldo Gregory, também vereador no município, não dá detalhes sobre as tratativas. “Estamos trabalhando um nome para nos representar”, resume. Os progressistas conversam, ainda, com PSDB, Podemos, PL e PSB.
Integrante da coligação vitoriosa em 2020, o PSB trabalha para ter candidatura própria ao Executivo, segundo o presidente, Vitor Espinoza. “Estamos com conversas bem avançadas para filiação de um grande nome da política de Taquari para nos representar”, garante. Cita conversa avançada com o Podemos, além do PP e do próprio PDT.
OS NOMES COGITADOS
ÚLTIMOS PREFEITOS
- 2020: André Brito (PDT)
- 2016: Maneco Hassen (PT)
- 2012: Maneco Hassen (PT)
- 2008: Ivo Lautert (PDT)
- 2004: Cláudio Martins (PSDB)*
- 2000: Cláudio Martins (PSDB)
- 1996: Namir Jantsch (PMDB)
- 1992: Renato Baptista (PDS)(*) Teve o mandato cassado pela Justiça Eleitoral em 2006. Renato Baptista (PP), segundo colocado na disputa, governou até o fim de 2008