Sente em cima do caixa

Opinião

Rogério Wink

Rogério Wink

Sente em cima do caixa

Existem no mínimo três termômetros importantes que todo empreendedor deve acompanhar na sua atividade de tocar um negócio. Fazer e acompanhar o fluxo do dinheiro (Caixa), entender o Demonstrativo de Resultados (DRE), desde o faturamento, passando pelos custos/despesas até o LL (lucro líquido) e compreender na ponta do lápis o CMV Custo da Mercadoria Vendida. Neste texto, focarei no fluxo de caixa.

Para início de conversa parto de um pressuposto: as despesas são na sua maioria sempre certas, e as receitas quase nunca. A expressão que está no título “sente em cima do caixa “, é uma figura de linguagem simples para expressar de como é importante o “dono” do dinheiro deixar claro de que o acesso ao “caixa” precisa ser restrito e bem justificado. Esta figura de sabedoria popular, simboliza em essência a grande importância de gerir com atenção e cuidado o dinheiro (oxigênio) da empresa.

O fluxo de caixa é o coração financeiro de qualquer organização. Ele deve registrar todas, eu disse todas, as transações monetárias, sejam receitas (entradas) ou despesas (saídas). Num país como o Brasil onde o preço do dinheiro (juros) é para lá de alto, ficar atento ao caixa é a vida ou a morte de qualquer negócio. Algumas maneiras simples de fazer o acompanhamento disso: Anote tudo todo dia. Escreva num papel (sistema, planilha, agenda, calendário caderno…) quanto de dinheiro entrou e quanto saiu. Para início de conversa você saberá diariamente qual é o tamanho do azul (saldo positivo) ou vermelho (saldo negativo). Usar cor é bom e facilita.

Anote o seu plano de gastos. Registre as contas que você precisa pagar nos próximos dias, meses. Assim você não é pego com alguma surpresa que possa desestabilizar suas contas e ter que bater na porta de um empréstimo. Sempre olhe as anotações elas vão lhe dizer sua capacidade de geração de caixa próprio e potencial financeiro para fazer investimentos com seus recursos disponíveis. Cuidado com assunção de dívidas e dar crédito para terceiros, isso pode gerar complicações no fluxo quando a sua capacidade de pagamento fica comprometida ou inadimplência alta do cliente. Venda boa se realiza quando o dinheiro entra no caixa.

Estas pequenas regras valem também para nós pessoas físicas, onde o fluxo de caixa gerencia nossos gastos pessoais, como contas da casa, compras, lazer e economias para metas. Evidentemente um controle de pessoa física é muito mais simples do que numa pessoa jurídica onde os negócios são mais complexos. Uma lição importante, como ensinou o Professor da Univates e Contador Paulo Hoppe é: “nunca confunda o bolso do sócio com o caixa da empresa, isso não vai dar certo!”.

Concluindo, controlar o caixa não precisa ser complicado, mas é necessário. Logo, “sentar em cima do caixa” com anotações diárias, um pouco de planejamento, podem manter a sua empresa financeiramente saudável e sua vida mais tranquila.

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