Existem no mínimo três termômetros importantes que todo empreendedor deve acompanhar na sua atividade de tocar um negócio. Fazer e acompanhar o fluxo do dinheiro (Caixa), entender o Demonstrativo de Resultados (DRE), desde o faturamento, passando pelos custos/despesas até o LL (lucro líquido) e compreender na ponta do lápis o CMV Custo da Mercadoria Vendida. Neste texto, focarei no fluxo de caixa.
Para início de conversa parto de um pressuposto: as despesas são na sua maioria sempre certas, e as receitas quase nunca. A expressão que está no título “sente em cima do caixa “, é uma figura de linguagem simples para expressar de como é importante o “dono” do dinheiro deixar claro de que o acesso ao “caixa” precisa ser restrito e bem justificado. Esta figura de sabedoria popular, simboliza em essência a grande importância de gerir com atenção e cuidado o dinheiro (oxigênio) da empresa.
O fluxo de caixa é o coração financeiro de qualquer organização. Ele deve registrar todas, eu disse todas, as transações monetárias, sejam receitas (entradas) ou despesas (saídas). Num país como o Brasil onde o preço do dinheiro (juros) é para lá de alto, ficar atento ao caixa é a vida ou a morte de qualquer negócio. Algumas maneiras simples de fazer o acompanhamento disso: Anote tudo todo dia. Escreva num papel (sistema, planilha, agenda, calendário caderno…) quanto de dinheiro entrou e quanto saiu. Para início de conversa você saberá diariamente qual é o tamanho do azul (saldo positivo) ou vermelho (saldo negativo). Usar cor é bom e facilita.
Anote o seu plano de gastos. Registre as contas que você precisa pagar nos próximos dias, meses. Assim você não é pego com alguma surpresa que possa desestabilizar suas contas e ter que bater na porta de um empréstimo. Sempre olhe as anotações elas vão lhe dizer sua capacidade de geração de caixa próprio e potencial financeiro para fazer investimentos com seus recursos disponíveis. Cuidado com assunção de dívidas e dar crédito para terceiros, isso pode gerar complicações no fluxo quando a sua capacidade de pagamento fica comprometida ou inadimplência alta do cliente. Venda boa se realiza quando o dinheiro entra no caixa.
Estas pequenas regras valem também para nós pessoas físicas, onde o fluxo de caixa gerencia nossos gastos pessoais, como contas da casa, compras, lazer e economias para metas. Evidentemente um controle de pessoa física é muito mais simples do que numa pessoa jurídica onde os negócios são mais complexos. Uma lição importante, como ensinou o Professor da Univates e Contador Paulo Hoppe é: “nunca confunda o bolso do sócio com o caixa da empresa, isso não vai dar certo!”.
Concluindo, controlar o caixa não precisa ser complicado, mas é necessário. Logo, “sentar em cima do caixa” com anotações diárias, um pouco de planejamento, podem manter a sua empresa financeiramente saudável e sua vida mais tranquila.