Durante a sessão da Câmara de Vereadores desta quinta-feira, 15, parlamentares citaram a preocupação com a estrutura da Farmácia-Escola. O principal questionamento é referente ao acondicionamento dos medicamentos.
Em suas falas, Sérgio Kniphoff (PT) e Jones Vavá (MDB) citaram possíveis problemas na refrigeração, fazendo com que os remédios fiquem expostos a uma temperatura acima do ideal. Kniphoff citou que, em visita ao espaço, verificou ar condicionado estragado e, por consequência, a temperatura acima do recomendado para a conservação dos medicamentos. Vavá prometeu levar o assunto ao Ministério Público (MP).
“O medicamento é de graça, mas a validade dele começa a ser prejudicada no momento em que temos um tempo muito longo de exposição ao calor. E isso é uma irresponsabilidade com a população”, diz Kniphoff.
Município garante que está tudo certo
A verificação da temperatura e umidade nos ambientes onde os medicamentos são armazenados é feita duas vezes por dia. As farmacêuticas Kesiane da Costa e Adriana Valgoi explicam que o controle ocorre uma vez no turno da manhã e outra à tarde. Os dados ficam registrados em planilhas.
No caso dos medicamentos que não precisam ser guardados em refrigeração, a temperatura da sala recomendada na bula e preconizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é na faixa entre 23 e 30 ºC. Porém a de temperatura adotada na Farmácia-Escola é entre 15 e 25 ºC e a umidade entre 40% e 70%.
“Adotamos um controle ainda mais restrito de temperatura do que o preconizado pelos próprios laboratórios farmacêuticos”, afirma Kesiane. “E está tudo dentro do previsto, todos os espaços atendem a legislação”, complementa.
Já no caso dos medicamentos que precisam de refrigeração, as câmaras frias ficam na temperatura entre 2 e 8 ºC e o ambiente onde estão as geladeiras fica com ar condicionado ligado 24 horas por dia, em 18 ºC. As geladeiras também têm bateria para se manterem sempre ligadas. Caso aconteça alguma mudança na temperatura fora da faixa aceitável, soa um alarme para alertar os funcionários. Nos horários em que não há atendimento no local, a pessoa que está de plantão recebe uma notificação no celular para verificar o problema.
Novo local
O prédio onde funcionava a Farmácia-Escola foi atingido pela enchente de setembro. Depois disso, o serviço passou a funcionar em uma estrutura ao lado, junto onde fica a Farmácia do Estado. A Central de Atendimento Farmacêutico (CAF), onde estão armazenados os medicamentos distribuídos para a Farmácia Escola e para as unidades de saúde dos bairros, segue funcionando no segundo andar do antigo prédio.
Conforme Celso Kaplan, o processo para o aluguel de um novo espaço está em avançado estágio de negociação. O local deve ser três vezes maior do que a estrutura atual e irá abrigar os dois serviços, Farmácia-Escola e Farmácia do Estado.