Disputa em Lajeado tem dúvidas na base aliada e oposição dividida

POLÍTICA

Disputa em Lajeado tem dúvidas na base aliada e oposição dividida

Partido que governa a cidade, PP tem dois nomes para o Executivo, sendo a vice, Gláucia Schumacher, a mais cotada. Siglas aliadas buscam maior protagonismo. MDB e PT apostam em vereadores, mas não descartam formação de uma chapa conjunta

Disputa em Lajeado tem dúvidas na base aliada e oposição dividida
(Fotos: divulgação / montagem A Hora)
Lajeado

Três frentes, dúvidas sobre composições nas chapas e poucos partidos organizados. Assim está o cenário atual para as eleições de outubro na cidade mais populosa da região. Sem a possibilidade de disputar um novo cargo, o atual prefeito, Marcelo Caumo, vê pelo menos quatro nomes cotados para a sucessão. Dois deles dentro do próprio partido.

O PP, sigla que mais administrou Lajeado, tem dois pré-candidatos ao Executivo. Atual vice-prefeita, Gláucia Schumacher, larga na frente nos bastidores, enquanto o vereador e engenheiro do Executivo, Isidoro Fornari Neto, corre por fora. A definição, segundo o presidente do partido, Natanael dos Santos, será feita “sem pressa”.

“Internamente, o PP possui movimentos políticos para consolidar os nomes escolhidos. O momento é de buscar a união e o consenso nas escolhas, tanto da majoritária quanto da vereança. Não há razões para apressar algo a ser feito pelo grupo todo”, afirma.

Sobre os nomes, admite que Gláucia, pela condição atual, de vice-prefeita, é vista como um nome “fortalecido internamente”, mas menciona outros postulantes “viáveis”, sendo Fornari um deles. “O PP trabalha com diversos nomes para concorrer a prefeito”.

Em relação a composição da chapa, Santos frisa que a definição ocorrerá com muito diálogo junto aos partidos da base aliada. “Seja a decisão por chapa pura ou multipartidária. Havendo nomes fortes e com boa viabilidade eleitoral, não haverá problemas em compor com os demais partidos”.

Aliados à espera

A indefinição no PP também interfere sobre os planos dos principais aliados na administração municipal. Tanto PSDB quanto PL almejam voos mais altos no pleito, como a indicação de um vice na chapa majoritária. Os partidos aguardam os desdobramentos para definirem seus rumos.

No ninho tucano, o presidente Carlos Reckziegel, realça a busca pelo protagonismo. Cita haver “bons nomes” para compor uma majoritária, mas ressalta que as conversas, no momento, ainda estão em um estágio inicial.

“Não somos um partido sem objetivos. Fazemos uma boa política e contamos com um diretório constituído, modéstia a parte, há bastante tempo. Trabalhamos internamente com vários nomes. Temos boas lideranças”, garante. Entre os nomes cotados, além do próprio Reckziegel, estão o da vereadora Paula Thomas, que presidiu a câmara no ano passado.

Já o PL, que se organiza desde o ano passado, também pleiteia um lugar na chapa majoritária. O atual secretário de Meio Ambiente, Luis Benoitt, é o nome mais cotado, seja para vice ou para uma possível candidatura solo da sigla.

Diálogos

Na oposição, os dois partidos mais estruturados trilham caminhos diferentes no momento, mas se mostram abertos ao diálogo e não descartam uma união de forças. O MDB trabalha na pré-candidatura do vereador Carlos Ranzi e busca torná-lo mais conhecido na cidade.

“O ponto de partida será o fechamento da janela partidária. Devemos perder vereador e talvez ganharemos. Dentro disso, trabalhamos também para buscar partidos que nos apoiem. O Podemos já está consolidado e tem uma nominata para a câmara. O PSD também tem mostrado simpatia pela pré-candidatura do Ranzi”, atesta o presidente da sigla, Celso Cervi.

Em relação às conversas com o PT, Cervi comenta que isso deve se intensificar a partir de abril. “As definições vão ocorrer em cima de dados de pesquisas. É isso que vai nos trazer a informação”.

O PT busca recuperar o protagonismo. A sigla, que governou a cidade entre 2013 e 2016 com Luis Fernando Schmidt, não lançou nomes à majoritária em 2020. Segundo o presidente, Auri Heisser, a pré-candidatura de Sérgio Kniphoff está “consolidada”, mas a sigla mantém o trabalho de conversar com outras forças, sejam elas partidárias ou setoriais.

“Nós buscamos discutir um projeto para cidade e estamos dispostos a conversar com todos que queiram contribuir. É uma discussão que ocorre de forma muito aberta, sem uma condição fechada. Mas temos a convicção de que o Sérgio é uma alternativa viável para Lajeado”, pontua.

Outros partidos

Há movimentações também de outros partidos na cidade. O Republicanos é cortejado pelo PP. O Podemos está alinhado com o MDB, bem como o PSD. Já o PSB, que apresentou candidatura própria em 2020, também dialoga com as principais siglas oposicionistas.

  • Gláucia Schumacher (PP)
    Atual vice-prefeita de Lajeado, é o nome mais forte do PP para encabeçar uma chapa majoritária. Advogada, jornalista e filha do ex-prefeito Cláudio Schumacher, concorreu a deputada estadual em 2022, sendo a segunda candidata do Vale mais votada no pleito.
  • Isidoro Fornari (PP)
    Engenheiro civil com mais de 30 anos de atuação no Executivo, Fornari foi secretário em diferentes gestões do PP e já concorreu a deputado estadual. Perto da aposentadoria, divide as atenções entre a câmara de vereadores e a coordenadoria de Projetos Especiais.
  • Carlos Ranzi (MDB)
    Bancário e vereador em terceiro mandato, se notabilizou nos últimos anos como uma das principais vozes de oposição ao governo municipal. Cotado para concorrer a prefeito desde o pleito passado, desta vez conta com amplo apoio dentro do MDB.
  • Sérgio Kniphoff (PT)
    Próximo de encerrar o quarto mandato como vereador, é um dos políticos mais experientes da cidade e uma das principais lideranças petistas na região. Médico pediatra e professor universitário, também já concorreu a vice-prefeito e a deputado estadual.

ÚLTIMOS PREFEITOS ELEITOS

  • 2020: Marcelo Caumo (PP)
  • 2016: Marcelo Caumo (PP)
  • 2012: Luis Fernando Schmidt (PT)
  • 2008: Carmen Regina (PP)
  • 2004: Carmen Regina (PP)
  • 2000: Cláudio Schumacher (PP)
  • 1996: Cláudio Schumacher (PP)
  • 1992: Leopoldo Feldens (MDB)

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