A busca por pessoas tem sido um dos principais desafios enfrentados pelas lideranças nos projetos empresariais. Invariavelmente, a reclamação é a mesma para as mais diferentes funções: “temos vagas em aberto, mas não encontramos pessoas qualificadas para ocupá-las”. Quando olhamos para o topo das empresas, isso também ocorre. Onde estão as pessoas capazes de assumir a liderança e o comando na ausência do líder? Qual é o momento ideal para identificar, buscar, preparar e iniciar a troca de uma ou mais pessoas essenciais para a continuidade do projeto empresarial?
Todas as pessoas da empresa devem ser observadas como possíveis candidatas a sucessoras ou substitutas. Cabe aos líderes atuais exercer esta função. O objetivo é evitar a pior situação possível, que ocorre quando é preciso fazer a sucessão de forma abrupta, sem planejamento, em decorrência de uma incapacidade ou mesmo da morte de quem está à frente da empresa. Para complicar, nem sempre há documentos ou acordos entre os proprietários para enfrentar essa situação, nem mesmo recursos para dar suporte a quem era dependente dessa pessoa chave. A perda de uma vida já é um problema suficientemente complexo e dolorido do ponto de vista emocional, então é preciso antever este tipo de situação no projeto empresarial para que eventuais ausências impeçam rupturas e protejam ao máximo as pessoas e a empresa.
No seu livro recentemente lançado, o autor do best-seller “O Mesmo de Sempre – um guia para o que não muda nunca”, Morgan Housel, fala de questões permanentes da vida humana, abordando assuntos atemporais como dinheiro, ambição e trabalho – o sugestivo título explica muito do seu conteúdo. Pois a sucessão empresarial também pode ser entendida desta forma: é um tema que vai continuar no topo da matriz de riscos dos projetos empresariais por muitos anos. A preocupação com a sucessão é um destes tópicos que não vai mudar nos próximos dez, vinte, trinta anos. Talvez seja um tema que não mude nunca.
Quanto antes o tópico “sucessão” ingressar no planejamento estratégico da empresa, melhor para o líder responsável por perpetuar o negócio. Cedo ou tarde ele vai buscar ajuda para tratar o assunto e identificar seus sucessores, dentro ou fora da empresa. Quem lidera o projeto empresarial é o principal responsável por organizar o processo de sucessão. Não é uma posição confortável entender que está na hora de pensar em deixar alguém no seu lugar, mas os negócios não podem correr o risco de terminar pela ausência de um sucessor. Pelo que se vê, há vagas em aberto para sucessores, e é preciso encontrar os candidatos em condições de ocupá-las.