Preço dos grãos caiu mais de 20% no ano passado

Opinião

Felipe Neitzke

Felipe Neitzke

Coluna aborda os destaques relacionados ao agronegócio

Preço dos grãos caiu mais de 20% no ano passado

O levantamento da Associação Brasileira de Indústria de Alimentos (Abia) revela uma queda significativa nos preços da soja, do milho e do trigo ao longo de 2023. A redução superou 20% em comparação com o ano anterior.

A produção em larga escala resultou em um excedente desses grãos no mercado, desencadeando uma dinâmica de oferta e demanda que favoreceu os compradores. A abundância de safras impulsionou a competição entre os produtores, levando a uma redução nos preços para escoar os estoques acumulados.

Colheita de soja. Foto: Wenderson Araujo/Trilux

A indústria de alimentos, por outro lado, é beneficiada por essa redução nos custos dos insumos básicos. Empresas que dependem dessa matéria-prima para o produto final experimentarão margens de lucro mais amplas, o que pode potencialmente se traduzir em preços mais competitivos para o consumidor final. No entanto, é essencial monitorar como essa dinâmica afeta diferentes segmentos. A suinocultura, por exemplo, foi muito impactada pela perda de competitividade nos últimos anos.

  • TRIGO
    Queda de 27,5% no mercado doméstico entre 2022 e 2023
    Valor médio de R$ 1.282 por tonelada
  • MILHO
    Redução de 22,4% na comparação entre o ano passado e o retrasado
    Preço médio de R$ 1.113 por tonelada.
    Declínio impulsionado por uma safra recorde de 131,9 milhões de toneladas (16,6% mais do que em 22)
  • SOJA
    Diminuição de 21,5% ao longo de 2023
    Valor médio de R$ 2.319 por tonelada
    A produção recorde alcançou 154,6 milhões de toneladas.

Potencial gaúcho na produção de azeite de oliva

O RS é líder nacional no segmento. Às vésperas da colheita, as oliveiras sofrem com o excesso de chuva, fator que pode interferir na produção do azeite. São quase 400 produtores dedicados a essa cultura, ainda recente no cenário tanto gaúcho quanto do Brasil.

Ainda assim, os produtos gaúchos estão com alta reputação no mercado internacional. O ano passado foi de safra recorde. Na industrialização, foram pelo menos 580 mil litros de azeite de alta qualidade.

A colheita começa em fevereiro e a tendência é que se tenha menor produtividade devido às condições climáticas. As chuvas durante o período de floração interferiram sobre a qualidade dos frutos.

O Estado tem cerca de 100 marcas premiadas no mundo. São 6,5 mil hectares de áreas dedicadas à olivicultura.

Agroindústrias familiares: R$ 24 milhões de faturamento

O ano passado foi positivo para as agroindústrias familiares gaúchas. Conforme relatório da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural, o faturamento total alcançou R$ 24 milhões (10% a mais do que em 2022).

São mais de 3,8 mil organizações do gênero. Em 60% delas, a gestão e liderança são de mulheres.

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