Empresários de Estrela ameaçam processar a RGE

APÓS TEMPORAL

Empresários de Estrela ameaçam processar a RGE

Grupo liderado pela Cacis busca mobilizar a comunidade em busca de uma melhor prestação do serviço por parte da concessionária. Empreendedores relatam perdas e prejuízos milionários após falta de energia

Empresários de Estrela ameaçam processar a RGE
Rhodoss Implementos Rodoviários parou a produção durante 4 dias. Prejuízo alcançou R$ 500 mil. (Foto: Jhon Willian Tedeschi)
Estrela

Ação judicial, abaixo assinado, contato permanente e busca de apoio em deputados com influência nas agências reguladoras. Estratégias de empreendedores de Estrela que se mobilizam para uma cobrança mais enérgica em relação às falhas nos serviços prestados pela RGE na cidade. Uma reunião na sexta-feira, 24, servirá para explanação e alinhamento das ações.

A movimentação surge a partir de relatos de empresários à Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Estrela (Cacis), que sediará o encontro. A partir disso, a mobilização ganhou força e terá diversas frentes. Todas elas com o mesmo propósito, que é a alteração nos limites de atuação da concessionária de energia elétrica.

“Estrela quer energia. Ninguém aguenta mais ficar sem luz” é o slogan da mobilização encampada pelo empresariado local. Uma forma de mostrar a insatisfação com a prestação do serviço, segundo o ex-presidente da Cacis, Gerson Strehl. Um dos vários empreendedores que registraram prejuízos, acredita que chegou a hora de elevar a pressão sobre a RGE.

“É um movimento legítimo dos empresários, com apoio do poder público municipal. Não podemos aceitar de mãos atadas essa situação. A RGE precisa prestar um atendimento melhor ao consumidor. Sabemos que muitas reclamações chegavam a eles, mas podiam dar um parecer público e não deixar as pessoas à própria sorte”, afirma.

Sem operação

Na empresa de Henrique Purper, a falta de energia elétrica trouxe prejuízos significativos. Foram nove dias sem luz. Neste período, a utilização de geradores foi importante, mas a capacidade limitada dos equipamentos não permitiu a operação plena das máquinas, o que causou atrasos na produção e comprometeu a entrega aos clientes.

“Cerca de 90% dos nossos clientes estão fora da região. A falta de energia afetou diretamente a nossa capacidade em atender aos prazos estabelecidos. Isso prejudica os relacionamentos comerciais da empresa”, frisa Purper, que está entre os líderes do movimento encabeçado pela Cacis.

Para ele, mobilizar a comunidade local é essencial para buscar uma melhora efetiva no serviço. “A comunidade, unida, busca não apenas reparação pelos danos sofridos, mas também medidas preventivas para evitar que eventos futuros afetem negativamente a economia”.

Reparação pelos danos

As consequências financeiras e operacionais para a empresa de Nilto Scapin são grandes. Atingido por duas enchentes no ano passado, o empreendimento teve um prejuízo de R$ 1,5 milhão na ocasião. Desta vez, com o temporal, ele estima um prejuízo adicionalde R$ 500 mil.

“Apoiamos a mobilização local, pois a interrupção nas operações durante quatro dias e 85 horas impactou diretamente na nossa produção e na relação com clientes e fornecedores. A comunicação também foi prejudicada. Diversas empresas sofreram da mesma forma”, lamenta.

Scapin enfatiza a necessidade de responsabilidade por parte da RGE e afirma que irá buscar medidas legais para garantir reparação pelos danos sofridos. “Precisamos nos unir e buscar soluções coletivas diante dos desafios enfrentados para evitarmos prejuízos futuros”.

Atuação do movimento

  • Ação judicial: cada família ou empresário prejudicado precisa fazer individualmente ou de forma coletiva uma ação contra a concessionária, cobrando seus prejuízos
  • Ação comunitária: organizar um abaixo-assinado e colher o máximo possível de assinaturas da população
  • Ouvidoria: contato direto com as duas agências reguladoras, Aneel (em nível nacional) e Agergs (em nível estadual)
  • Apoio parlamentar: buscar apoio de deputados com influência nas agências reguladora

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