Não bastasse o calor e períodos mais recorrentes de chuva, a combinação registrada no verão que é perfeita para a proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor da Dengue, febre Chikungunya e Zika Vírus, acontecimentos extras como o temporal da última terça-feira, 16, e suas consequências podem também ser desfavoráveis e servem de alerta para as autoridades responsáveis e cidadãos.
Em Estrela, a administração municipal, através da vigilância epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), atenta os munícipes e trabalha em diversas frentes.
Com a ocorrência do vendaval, o maior perigo está no fato de que o acúmulo de folhagens e galhos que caíram pode formar criadouros do mosquito, principalmente em calhas e sobre telhados, como também nos bueiros entupidos.
Materiais que possam ter sido estragados pelos fortes ventos e a chuva, e ainda não descartados, são outro perigo: se tornam lixo seco e quando deixados em jardins e pátios podem se tornar criadouros, assim como tampas de caixa d’água que possam ter se movido ou quebrado, deixando aberturas. Casas de pessoas em férias e que estão com piscinas sem higienização, mesmo tapadas com lonas que acumulam água, é outro problema recorrente e muito presente nas visitas dos agentes de endemias.
Número de casos
O número de pessoas infectadas pela dengue no Rio Grande do Sul teve aumento explosivo de 855% nas primeiras três semanas de 2024. Foram 602 casos confirmados, contra 63 pacientes no mesmo período do ano passado. O número é o mais elevado desde o início da série histórica, em 2015.
Em Estrela, foi finalizado, nessa segunda-feira, 22, pela primeira vez no ano, o Levantamento de Índice Rápido de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa), o que determina o Índice de Infestação predial (IIP). Os mesmos ocorrem há cada três meses. O resultado sai nos próximos dias. O último LIRAa de 2023 ficou com índice de infestação de 7,4 o que é considerado “altíssimo” pelas autoridades.
Já os relatórios dos casos da doença são semanais. Este ano Estrela registra até então um caso confirmado e um suspeito. Em 2022, os casos de Dengue iniciaram em 10 de março e totalizaram 487 pessoas contaminadas. Em 2023 foram 920 casos, com um óbito, ocorrido em abril, durante a época que se registrou a maior incidência da doença, muito provavelmente pela proliferação dos criadouros do mosquito ao longo do verão.
Ações
A Secretaria Municipal da Saúde (SMS), através da vigilância epidemiológica e coordenação dos agentes de endemias do município, mantém as tradicionais visitas domiciliares de identificação de criadouros e prevenção à doença, principalmente nos bairros de maior incidência. São as equipes de agentes de endemias do município que trabalham mais diretamente no combate à doença, através da sensibilização dos moradores para prevenção. Seguem com os constantes processos de identificação dos focos nas visitas e através do LIRAa, além das campanhas de conscientização.
Cuidados
Apesar de já conhecidos, as medidas para evitar a proliferação do Aedes aegypti devem sempre ser reforçadas. Segundo explica Carmen Liane Soares Hentschke, coordenadora da Vigilância em Saúde, a mobilização da população deve ser constantemente incentivada, visto que as residências são os principais locais de acúmulo de água parada, propício para o mosquito.
“Mais de 80% dos focos positivos do mosquito Aedes aegypti estão nas residências, em ralos, calhas, caixas d’água destampadas, pratos de plantas com água, piscinas, tonéis, recipientes plásticos, lonas, pneus, entre outros, encontrados nos pátios das residências.
Entre as orientações estão
- Evitar água parada, em qualquer época do ano, mantendo bem tampado tonéis, caixas e barris d’ água ou caixas d’água;
- acondicionar pneus em locais cobertos;
- remover galhos e folhas de calhas;
- não deixar água acumulada sobre a laje;
- retirar os pratos dos vasos de plantas ;
- fazer sempre a manutenção de piscinas, tratando as com cloro.
Ainda, é importante ficar atento aos sintomas da dengue, que incluem febre alta, dor de cabeça intensa, dor nas articulações e erupção cutânea. Em casos mais graves, o paciente pode apresentar também dor abdominal, vômitos persistentes, diarréia, desânimo e sangramento de mucosa. Mais informações na Vigilância Ambiental (3891-1042).