Sem falsas retóricas e com uma percepção muito realista, cada dia ficam mais claros os riscos climáticos e os desafios que temos para minimizar as consequências dos desastres naturais. Assim, vive-se em um momento histórico, que é retratado pelo descompasso entre a economia, a sociedade e a natureza.
Está muito presente a discussão de fatores como a poluição do ar, da água e da terra, o desmatamento das florestas, o desaparecimento de várias formas de vida, o aquecimento global, as catástrofes naturais, a premência do término dos combustíveis fósseis, além da manutenção de problemas sociais como desigualdades, fome e desnutrição.
Não há como impedir o frio ou calor extremo, as fortes chuvas ou períodos longos sem precipitações, mas é possível sim, minimizar os efeitos desses eventos. Ainda, não se tratam de eventos pontuais, mas acontecem em todos os países e continentes. Também, não se tratam de discussões teóricas, mas sim, de acontecimentos que estão causando muitos prejuízos em todas as sociedades e muito mais que isso, da perda de vidas, de pessoas queridas que acabam falecendo durante esses eventos.
Nestas condições, para fazermos um qualificado enfrentamento desses eventos, é necessário a compreensão de que nossas ações interferem nos outros agora e no futuro, e, que a visão deve ser regional/global e a ação local. Em se tratando da primeira questão indicada, todas as ações individuais que impactam no ambiente, influenciam a vida das demais pessoas, estando essas perto de nós ou longe de nós, e interferem agora e no futuro.
Esse aspecto pode ser exemplificado na perda de biodiversidade ou no uso irregular de recursos naturais. Em se tratando da percepção territorial, a visão é global, ou seja, estamos tratando de um mesmo planeta, que é “agredido” e todos sofrem as consequências. No entanto, nossa ação é possível localmente. Para tanto, são diversas dimensões que precisam ser tratadas: uma dimensão educacional, ou seja, educar as pessoas para saberem o que fazer quando ocorrem desastres climáticos; uma dimensão de planejamento e gestão do risco, ou seja, planejar e qualificar equipes para que atuem para prever com melhores condições e atuar com maior efetividade quando os desastres ocorrem; uma dimensão estrutural, que vai desde pensar em obras de infraestrutura até sistemas de drenagem urbana ou projetos habitacionais adequados.
Certamente, além destes, existem outros aspectos, mas, principalmente, a compreensão e o respeito ao meio ambiente, ou seja, todos, indivíduos, setor público e setor privado precisam, com a maior brevidade possível, assumir responsabilidades para com os outros, sejam estes próximos ou distantes, e agir para que consigamos minimizar os efeitos dos desastres climáticos. Já passou do tempo de discutirmos esse tema, é agirmos para que tenhamos uma vida sustentável.