Júlio Salecker analisa impactos da abertura de barragens em situação de cheia

ENTREVISTA | FRENTE E VERSO

Júlio Salecker analisa impactos da abertura de barragens em situação de cheia

"É preciso ter muita responsabilidade em falar sobre esse tema por tudo que aconteceu no Vale", afirma presidente da Bacia Taquari-Antas

Júlio Salecker analisa impactos da abertura de barragens em situação de cheia
Foto: Pedro Rodrigues

Em meio a debates sobre a gestão de barragens e seus impactos, Júlio Salecker, presidente da Bacia Taquari-Antas, fala durante entrevista ao programa Frente e Verso, desta sexta-feira, 12, as preocupações relacionadas à abertura da barragem Eclusa, localizada em Bom Retiro.

O cálculo minucioso, baseado em informações e cruzamento de dados, revela os potenciais efeitos dessa medida, destacando a necessidade de abordar o tema com a devida responsabilidade.

“Uma comunidade fortemente impactada por sérios problemas de infraestrutura, resultando na perda total para muitas famílias. “O estudo em questão não é uma iniciativa isolada, mas sim um esforço conjunto realizado pelo corpo de engenheiros da Certel”, ressalta.

A Certel, ao adquirir o projeto da barragem de Eclusa, comprometeu-se a adaptá-lo conforme as características específicas da empresa, transformando-o num olhar singular ao empreendimento. Salecker destaca o atual estágio de estudo sobre o extenso lago formado pela barragem, abrangendo 30 km de extensão, uma média de 220 metros de largura e 650 hectares de área, com o lago atingindo 13 metros de altitude em relação ao nível do mar.

“A análise se aprofunda na variação do nível do lago, considerando que o Porto de Estrela registra 30 metros, enquanto a barragem Eclusa atingia 21 metros, revelando um declínio de 9 metros”. Além disso, o presidente da bacia Taquari-Antes enfatiza a importância de compreender a mancha de inundação, termo técnico essencial para o estudo. “A CPRM forneceu informações sobre estudos em andamento, contribuindo para a simulação dessa mancha”.

Conforme Salecker as limitações do estudo são baseadas em valores médios do nível do lago e da cota do lago. “A vazão de enchimento, ultrapassando os 20m³ em 5 de setembro entre Lajeado e Estrela, é apresentada em uma tabela elaborada pela equipe. Uma redução de 2 metros foi efetuada não apenas para analisar as infraestruturas e rampas de acesso ao lago, mas também como um limite para o já existente assoreamento do rio”.

Outro ponto citado por ele é a importância de considerar o atulhamento no rio, cujo canal na hidrovia é limpo para aproximadamente 3 metros. “Para o benefício máximo, é necessário além da simples redução do lago, a implementação de obras complementares, como barragens de contenção, dragagem do rio, limpeza de tubos e construção de diques. Essas intervenções são essenciais para enfrentar os desafios apresentados pela situação da barragem Eclusa”.

Acompanhe a entrevista na íntegra

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