Em meio a debates sobre a gestão de barragens e seus impactos, Júlio Salecker, presidente da Bacia Taquari-Antas, fala durante entrevista ao programa Frente e Verso, desta sexta-feira, 12, as preocupações relacionadas à abertura da barragem Eclusa, localizada em Bom Retiro.
O cálculo minucioso, baseado em informações e cruzamento de dados, revela os potenciais efeitos dessa medida, destacando a necessidade de abordar o tema com a devida responsabilidade.
“Uma comunidade fortemente impactada por sérios problemas de infraestrutura, resultando na perda total para muitas famílias. “O estudo em questão não é uma iniciativa isolada, mas sim um esforço conjunto realizado pelo corpo de engenheiros da Certel”, ressalta.
A Certel, ao adquirir o projeto da barragem de Eclusa, comprometeu-se a adaptá-lo conforme as características específicas da empresa, transformando-o num olhar singular ao empreendimento. Salecker destaca o atual estágio de estudo sobre o extenso lago formado pela barragem, abrangendo 30 km de extensão, uma média de 220 metros de largura e 650 hectares de área, com o lago atingindo 13 metros de altitude em relação ao nível do mar.
“A análise se aprofunda na variação do nível do lago, considerando que o Porto de Estrela registra 30 metros, enquanto a barragem Eclusa atingia 21 metros, revelando um declínio de 9 metros”. Além disso, o presidente da bacia Taquari-Antes enfatiza a importância de compreender a mancha de inundação, termo técnico essencial para o estudo. “A CPRM forneceu informações sobre estudos em andamento, contribuindo para a simulação dessa mancha”.
Conforme Salecker as limitações do estudo são baseadas em valores médios do nível do lago e da cota do lago. “A vazão de enchimento, ultrapassando os 20m³ em 5 de setembro entre Lajeado e Estrela, é apresentada em uma tabela elaborada pela equipe. Uma redução de 2 metros foi efetuada não apenas para analisar as infraestruturas e rampas de acesso ao lago, mas também como um limite para o já existente assoreamento do rio”.
Outro ponto citado por ele é a importância de considerar o atulhamento no rio, cujo canal na hidrovia é limpo para aproximadamente 3 metros. “Para o benefício máximo, é necessário além da simples redução do lago, a implementação de obras complementares, como barragens de contenção, dragagem do rio, limpeza de tubos e construção de diques. Essas intervenções são essenciais para enfrentar os desafios apresentados pela situação da barragem Eclusa”.
Acompanhe a entrevista na íntegra