Uma mudança nas regras pode assegurar maior representatividade feminina no legislativo a partir das eleições de 2026. Conforme o presidente da União dos Vereadores do Brasil (UVB), Gilson Conzatti, o pleito deste ano será o último sem um percentual de vagas garantidas às mulheres.
Conforme o líder da associação nacional, a modificação deve interferir na composição das câmaras de vereadores e deputados. “Acredito que será a última eleição desta forma e a partir de 2026, 20% das cadeiras serão reservadas para as mulheres”, afirma.
Conzatti também repudiou as candidaturas laranjas que usam o nome de mulheres apenas para preencher o número mínimo dentro da legenda formada por partidos.
A projeção tem base em uma Proposta de Emenda a Constituição (PEC) que tramita no congresso e determina a reserva dos cargos para as mulheres a partir de 2026, nas câmaras de vereadores, dos deputados e assembleia legislativa. Em nível federal, a reserva representaria um aumento tímido em relação ao cenário de hoje, já que a câmara tem 17,7% de representação feminina.
No Vale do Taquari, se elegeram em 2020 para as câmaras de vereadores 69 mulheres em um universo de 358 parlamentares, o que gira em torno dos 20%. Entretanto, há diferenças entre realidades na região, onde existem câmaras que não contam com participação feminina, exemplo de Muçum. Por outro lado, dos nove vereadores de Cruzeiro do Sul, quatro são mulheres.
“Seria uma grande vitória”, avalia presidente da Avat
Primeira mulher a presidir a Associação de Vereadores do Vale do Taquari (Avat), a vereadora de Cruzeiro do Sul, Daiani Maria (MDB) analisa de forma positiva a proposta e cobra mudanças nas regras que realmente favoreçam as mulheres. “No meu entendimento se for assegurado 20% seria uma grande vitória. Observamos que a atual legislação não foi eficaz para participação da mulher na política. Há municípios com dificuldade de preencher a cota mínima e surgem as candidaturas laranjas, para mim enquanto mulher na política é algo entristecedor”, comenta.