Um “Espaço de Todos Nós”. Nome que reflete, entre as funções do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) do bairro Santo André, um ambiente de acolhida, segurança e prevenção. É assim que a coordenadora da instituição, Josiane Pezzi, descreve os valores do centro de cuidado e reforça a importância na comunidade.
Fundado em novembro de 2014, com sede inicial no bairro Planalto, se consolidou como ponto de referência para moradores da região. Há dois anos, a instituição passou a ser localizada no Santo André. Com a mudança, comenta Josiane, além daqueles que sempre frequentaram o local, outras pessoas passaram a conhecê-lo.
Uma delas é Narivete Weber, 70. “Não conhecia a abreviação Cras, nem como funcionava o processo. Até havia feito o Cadastro Único (CadÚnico) há cerca de sete anos, quando o centro ainda era localizado no bairro Planalto, com auxílio da minha filha, mas nunca frequentei”, relembra.
Complementa que, por não estar a par do processo, o cadastro venceu. Recentemente, com a mudança do Cras, Narivete voltou a frequentá-lo. “Quando soube que o bairro seria a escolha para a nova casa fiquei muito feliz. Renovei meu cadastro e, mais que isso, conheci de fato a instituição, outras pessoas e fiz novas atividades, tudo proporcionado pela equipe da unidade”, destaca.
Foi em dezembro de 2021 que o centro mudou de uma casa alugada para um espaço próprio da prefeitura no Santo André, rua Palmeirinhas, número 128. A mudança, comenta Josiane, ocorreu pela necessidade de um espaço maior por conta do volume de frequentadores e para proporcionar um atendimento mais qualificado.
Processo de atendimento
O Cras atende um congregado de bairros. São eles: Santo André, Campestre, São Cristóvão, Universitário, Alto do Parque, Olarias, Planalto, Igrejinha e Centenário. São cerca de 70 famílias em processo de acompanhamento e entre 450 e 500 atendimentos por mês.
O acompanhamento é composto por uma série de atendimentos, visita domiciliar, além da elaboração de um plano de monitoramento. Assim, diz Josiane, busca-se entender o que levou a família a ser inserida no Cras e o que pode ser feito para superar a situação de vulnerabilidade. Já os atendimentos ajudam a resolver demandas pontuais desde inserção escolar, questões de saúde até a resolução de conflitos em casa.
Durante o processo, todas as famílias são cadastradas no CadÚnico, que, segundo a coordenadora, é uma das grandes conquistas do centro. “Isso é a porta de entrada para programas sociais. Temos a entrevistadora do programa que faz o registro desse grupo e, assim, permite que os encaminhamentos sejam feitos conectados com a rede pública”.
Hoje, o Cras possui uma equipe com três assistentes sociais, uma psicóloga e uma entrevistadora do Cadúnico, além de uma auxiliar de serviços gerais e uma estagiária. “Ainda é uma equipe pequena, algo que restringe o volume de atendimentos. Ainda assim, sempre buscamos a maior qualidade e atenção possível no serviço”.
Ambiente de trocas
“O Cras é um espaço da comunidade para a comunidade. A política de assistência social é para quem dela necessita, sem recorte de quem atendemos. Circulamos pelos bairros, fazemos as visitas e, pela proximidade, nos tornamos uma referência de segurança, um porto seguro”, afirma Josiane.
Com ações coletivas, procuram envolver quem frequenta o local na convivência em sociedade e a construção e fortalecimento de vínculos. “Entendemos que o território não é apenas físico e geográfico, na verdade, é um espaço de potencialidades e de relações”.
Entre as atividades estão as aulas semanais de yoga, oficinas periódicas de mandalas, contação de histórias na unidade e nas escolas da comunidade, expressão corporal e, ainda, produção digital. Segundo a coordenadora, procuram práticas relevantes e que tenham significados.
O projeto Território Vivo, um dia em que o Cras abre as portas para que a comunidade conheça os profissionais e os serviços, também é destaque. “Tentamos oferecer acesso à cultura, lazer e diferentes formas de expressão e convivência. Também deixamos espaço para que as famílias da localidade exponham seus trabalhos. O último ocorreu no dia 3 de dezembro e foi um sucesso”.
Narivete afirma que essas ações aproximam os residentes. Hoje, a moradora participa de grupos de caminha, crochê e yoga. Algo que, para ela, é essencial e faz a diferença no cotidiano. “Me sinto bem quando estou no Cras. As profissionais se preocupam conosco e buscam saber se precisamos de algo. Acolhedor, é assim que eu descreveria o centro de cuidado”, finaliza.