Registros de um ano histórico

ESPECIAL

Registros de um ano histórico

Retrospectiva de 2023 revela marcas dos doze meses no Vale e os caminhos em busca do desenvolvimento regional

Registros de um ano histórico
Foto: A Hora
Vale do Taquari

Um ano histórico. Momentos felizes e de entusiasmo se misturaram com os dias tristes ou de crise. Ainda assim, a região – empresas, entidades e população – encontrou força e amparo para dar a volta por cima e encerrar o ano com boas expectativas para encarar 2024, com vistas no avanço do turismo e crescimento dos negócios.

O colapso na Cooperativa Languiru e as seis enchentes foram os grandes assuntos do ano. Mas em 2023, a região também viveu o retorno de festas tradicionais, avançou nos contratos para melhora da medicina e de logística e infraestrutura das estradas. O Grupo A Hora fez parte dos acontecimentos do ano, com coberturas especiais na rádio, jornal e plataformas digitais.

Janeiro

O ano começa marcado pela estiagem (foto). Em janeiro, a região tinha pelo menos 19 cidades em estado de emergência e mais de 830 famílias com dificuldades no abastecimento de água potável. Situação que gerou perdas milionárias no agro. O primeiro mês do ano também entrou para a história do Brasil em função dos atos de 8 de janeiro. Dos mais de 1,8 mil detidos em Brasília, pelo menos 12 eram do Vale. Moradores de Estrela, Arroio do Meio e Lajeado viajaram na madrugada do dia 7 para a capital federal.

Fevereiro

Em 28 de fevereiro de 2023, a ex-prefeita de Lajeado, Carmen Regina Pereira Cardoso (capa), morreu na Praia da Pinheira, em Santa Catarina, aos 79 anos. Primeira, e até então única, prefeita mulher da cidade, Carmen Regina era natural de Cruzeiro do Sul e formou-se professora. Ela deixou quatro filhos e seis netos.
Também foi em fevereiro que Encantado disparou em número de casos de dengue. Em três semanas, o município registrou mais de 50 casos, enquanto outras cidades da região não tinham nenhum. A cidade chegou a se tornar o epicentro da doença no estado e teve Comitê de Crise formado no Centro Administrativo.

Março

Arquivo

A crise da Cooperativa Languiru (foto) ganha os holofotes. As dívidas chegam a quase R$ 2 bilhões. A situação provocou atrasos nos pagamentos para prestadores de serviços, instituições financeiras e transportadores. No mesmo mês, mais de 150 agricultores associados protestaram em frente à sede da cooperativa, na tentativa de barrar a venda de ativos e cobrar transparência.

O Grupo A Hora lançou o projeto “Lajeado: um novo olhar sobre os bairros”, em parceria com a Imojel, em busca de despertar visão estratégica e arrojada sobre as diferentes localidades do município. Também ocorreu a inauguração do estúdio da Rádio A Hora em Encantado e o início da parceria com o projeto 365 Vezes no Vale.

Abril

Depois de um homem entrar em uma escola e matar quatro crianças em Blumenau, Santa Catarina, o país viveu uma onda de apreensão na segurança dos educandários. No Vale, a polícia chegou a investigar uma mensagem em banheiro de uma escola de Lajeado (foto). No dia 4 de abril, metade dos estudantes do colégio não foram para a aula. Um caso parecido ocorreu no mesmo período em Roca Sales.

Ainda em abril, Paulo Birck foi aclamado presidente da Languiru. No mesmo mês, ocorreu a paralisação das obras na BR-386 e gerou dúvidas sobre o cronograma de entregas previsto em contrato. A informação da CCR ViaSul era de pausa para reavaliação dos contratos com empresas terceirizadas. Os trabalhos foram retomados 40 dias depois.

Maio

Dois meses depois da crise na Languiru ganhar notoriedade na mídia e causar revolta entre os associados, a cooperativa fechou duas unidades de supermercado do bairro Canabarro, outra em Poço das Antas e as de Arroio do Meio e Cruzeiro do Sul. O atendimento na matriz do bairro Languiru, em Teutônia, também foi encerrado (foto).

No mês, também foi confirmada a primeira morte por dengue no estado, em Lajeado. Um menino de quatro anos foi a vítima da doença. Dias depois, foram confirmados mais dois óbitos em decorrência de dengue, um em Encantado e outro em Roca Sales. Em maio, o livro Vale do Taquari chegou às mãos do presidente Lula (capa).

Junho

Governador Eduardo Leite assinou, em Estrela, o convênio de regionalização de traumato-ortopedia. Demanda histórica na região, os atendimentos prévios em Estrela iniciaram com a triagem dos pacientes há mais tempo na fila. Encantado recebe pessoas para procedimentos de média complexidade.
Junho também foi mês de festa tradicional. A Suinofest (foto) ocorreu entre os dias 3 e 18 de junho, em Encantado, no Parque João Batista Marchese. A atração retornou depois de quatro anos. No período, também foi capa no jornal A Hora a espera dos produtores por definições e o anúncio de R$364 milhões para grandes e médias propriedades.

 

Julho

Os passeios do Trem da Imigração, entre Colinas, Roca Sales e Muçum estrearam com mais de 2 mil passageiros (reportagem). Também em julho, o futuro do terreno onde ficava o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) entrou em debate na Câmara de Vereadores. O governo de Lajeado projetava colocar a área, avaliada em R$ 15 milhões, à venda. A dúvida sobre o formato de negociação dividiu opiniões. A primeira enchente do ano ocorreu em 13 de julho. Mais de 120 pessoas ficaram desabrigadas. Ainda, começava a tomar forma o novo trevo no entroncamento da BR-386 com a ERS-130. A expectativa era que a obra ficasse pronta até fevereiro de 2024.

Agosto

O mês foi marcado pela tentativa de homicídio contra o promotor Jair João Franz, em Teutônia (foto). Também em agosto, uma comitiva da região foi ao Vaticano para pedir a bênção do Papa Francisco a um pedaço da palma da mão direita do Cristo Protetor de Encantado.

O Vale do Taquari foi atingido por uma chuva de granizo que deixou danos, em especial, para Muçum. Ainda, era debatida a mudança de sede da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para o posto em Tabaí. O Grupo A Hora também promoveu um debate para apresentar diferentes pontos de vista sobre a proposta de criação da Guarda Civil Municipal.

Setembro

Água da enchente de setembro se aproximou da pista na ponte da BR-386. (Foto: ARQUIVO)

No dia 4, começava a maior tragédia da história do Vale do Taquari. A precipitação das cabeceiras do Rio Taquari se aproximava dos 300 milímetros e a projeção para as inundações era de mais de 25 metros e passou de 29,62 metros. As primeiras famílias foram retiradas das casas em Encantado, Muçum, Estrela e Lajeado. As primeiras mortes começaram a ser noticiadas no dia 5. A falta de energia e comunicação deixava as famílias aflitas. Enchente se tornou a segunda maior da região. Quando as águas baixaram, Vale viu cidades com muitos prejuízos econômicos, de infraestrutura, além de mais de 50 mortos e desaparecidos. No dia 7, ocorre o velório coletivo em Vespasiano Corrêa. Autoridades do Governo Federal vêm ao Vale para avaliar cenário e anunciar valores para reconstruções.

Outubro

Mais de 50 dias depois da enchente de setembro, o Vale ainda aguardava as promessas feitas pelos governos para a reconstrução (capa). As medidas anunciadas somavam R$ 4.152 bilhões entre crédito especial para empresas, repasses aos atingidos, reconstrução de casas, estradas, aporte à saúde, e Defesa Civil.
Também em outubro, evento no auditório do Tecnovates marcou a formatura de 17 alunos pelo projeto RUMO – O futuro da mão de obra na região, iniciativa do Grupo A Hora.

Novembro

Uma nova enchente volta a castigar o Vale (foto). A chuva fez o nível do Rio Taquari alcançar 28,94 metros, em Estrela. Terceira maior marca desde 1941. Empresas da região alta projetavam retorno das atividades após a nova enchente. Grupo A Hora organiza seminário para debater planos contra catástrofes. A última etapa do Circuito dos Vales/Uninter da temporada 2023 foi no dia 26, no Centro Administrativo de Teutônia. Mais de 1,5 mil pessoas participaram. Também iniciativa do Grupo A Hora, ocorreu no dia 20, o fórum estadual de empreendedorismo, estratégia e inovação, EmpreInove, que reuniu quase 400 pessoas no teatro da Univates. O “Caso Potrich” completou cinco anos no dia 13. O bancário Jacir Potrich é visto pela última vez em Anta Gorda e ainda está desaparecido.

Dezembro

Grupo A Hora dá a largada ao projeto “Pensar Eleições 2024”. A iniciativa contempla pesquisas eleitorais e debates com candidatos. Também em dezembro, o governo federal aprovou recurso para construção de 592 moradias pelo Minha Casa Minha Vida e Minha Casa Minha Vida Calamidade na região. Ainda, ocorreu a Santa Flor, em Santa Clara do Sul, e a divulgação dos vencedores do concurso de redação do projeto Pacto Lajeado Pela Paz. Foram 576 trabalhos inscritos. Também iniciativa do Grupo A Hora, o Pratas da Casa encerra edição e anuncia novidades. O mês também foi marcado pela ida de comitiva regional a Blumenau, em Santa Catarina, para conhecer exemplos de planos contra catástrofes (foto).

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