Vizinhos, os bairros Santo André e Campestre possuem muita coisa em comum. Embora tenham extensões territoriais distintas, ambos apresentam virtudes e problemas semelhantes, com um bom desempenho de determinados serviços e outros que ficam devendo em qualidade e disponibilidade para a população.
A pesquisa desenvolvida pela Macrovisão, a pedido do Grupo A Hora, corrobora essa tese. E aponta que os principais problemas dos dois bairros estão centrados na infraestrutura urbana, com deficiências na limpeza pública e também nas condições das calçadas. Por outro lado, a boa convivência entre moradores e a presença de alguns serviços são destacadas.
A pesquisa, braço do projeto “Lajeado – Um novo olhar sobre os bairros” foi feita entre os dias 4 e 23 de março de 2023 e teve um grau de confiança estatístico de 95%. O estudo foi desenvolvido através de um questionário estruturado, com algumas questões abertas, definido de comum acordo entre as partes interessadas.
Embora tenha diversas situações que geram críticas de moradores, a avaliação geral dos serviços nas duas localidades apresenta uma das maiores médias entre todos os bairros pesquisados até o momento (3,67). São 11 serviços com nota igual ou superior a 4, feito inédito nos recortes feitos desde a publicação da pesquisa.
Atenção aos terrenos
Para bairros que buscam uma maior autonomia, chama atenção às menções referentes aos terrenos sem limpeza, sobretudo no Campestre. Este é o problema mais citado de forma espontânea por moradores na pesquisa. Ao passar pelas ruas não é difícil encontrar áreas com alta vegetação ou com acúmulo de resíduos.
Outra situação mencionada – e que se relaciona com o primeiro item – é a coleta de lixo, considerada deficiente. Vale lembrar que, em ambos os bairros, o serviço funciona de segunda-feira a sábado, com a coleta seletiva sendo feita sempre nas quartas-feiras.
Dentro do campo da infraestrutura e mobilidade urbana, também se destacam de forma negativa a ausência ou as condições das calçadas de passeio e também a falta de espaço adequado para utilização da bicicleta. Por fim, há críticas quanto ao transporte coletivo urbano, cujos horários precisam ser melhor organizados, conforme moradores ouvidos no estudo.
Tranquilidade
Um ponto destacado pelo diretor da Macrovisão, Lucildo Ahlert, na condução da pesquisa, é a valorização dos moradores aos seus bairros, sobretudo quando apontam quais os significados de residir nestes locais. O resultado do Campestre e do Santo André, de certa forma, retratam essa perspectiva.
“Observa-se, assim, que as pessoas ao escolherem um bairro para morar, sentem-se ali em casa, sendo a sua querência, e, dessa forma, valorizam o seu chão que faz parte da sua vida. Por isso, muitas vezes é difícil desapropriar áreas, deslocando as pessoas para outros locais”, pontua.
Num geral, os moradores consideram o bairro como “bom de morar” e também “aconchegante e tranquilo”. Outros aspectos positivos mencionados são a segurança, a tranquilidade e a beleza. O fato das pessoas, em geral, se conhecerem, também é valorizado na pesquisa.
O empresário Samuel Penz, que nasceu no Santo André, hoje empreende e reside no Campestre. Afirma que não pretende trocar de localidade. “A opção de eu montar meu negócio ali é porque tenho uma identidade grande com aquele bairro. E também por ver esse potencial de crescimento, como outras empresas têm apostado”, observa.