Comunidade defende obras para melhorar a mobilidade

Um novo olhar sobre os bairros

Comunidade defende obras para melhorar a mobilidade

Intervenções são consideradas necessárias para facilitar deslocamentos de motoristas e pedestres nos dois bairros. Duplicação da 386 e fechamento de acessos criou gargalo no fluxo interno. Veja quais são os projetos e ações defendidas

Comunidade defende obras para melhorar a mobilidade
Créditos: Mateus Souza
Lajeado

Ampliação de via, adaptações em viadutos, novos acessos e extensão de avenida que foi descontinuada. Os bairros Campestre e Santo André, por vezes, passam despercebidos, mas necessitam de intervenções importantes no campo da mobilidade. Principalmente por conta da localização.

Os dois bairros ficam encravados entre as duas rodovias mais importantes da região, a BR-386 e a ERS-130. Estradas que conectam Lajeado com outras cidades do Vale e também com Porto Alegre e o norte gaúcho. E, em muitos casos, o trânsito desses bairros se misturam com o tráfego pesado dos trechos estadual e federal.

A duplicação da BR-386, por exemplo, impacta diretamente sobre o trânsito interno dos bairros. Isso porque, com o fechamento de acessos, muitos motoristas optam por se deslocar pelas ruas Paulo Emílio Thiesen, desde o bairro Centenário, e João Goulart, a partir do bairro Olarias até o entroncamento com a ERS-130 em direção ao Centro.

O avanço das obras na rodovia federal também influencia em outros pontos. O acesso ao bairro Santo André, por exemplo, se tornou perigoso por só contar com uma alça e um grande movimento de veículos pesados. A rotatória no Posto do Arco e a má sinalização nas imediações da rua Getúlio Vargas também são alvo de críticas.

Agravamento

Vereador em primeiro mandato, Jones Barbosa da Silva, o Vavá, também é presidente da Associação de Moradores do Bairro Campestre e conhece como poucos a região. Segundo ele, os problemas atuais de trafegabilidade passam, sobretudo, pelo fechamento dos acessos aos bairros via BR-386.

Vavá entende a importância da duplicação e o avanço da obra. No entanto, acredita que outras medidas poderiam ter sido tomadas para evitar transtornos aos motoristas. “Isso agravou muito a situação. Foram três acessos fechados, para o Santo André e também dos bairros Olarias e Centenário. Três entradas e saídas importantes para as comunidades”, frisa.

Segundo Vavá, todo o deslocamento desses bairros para o Centro, que antes era feito quase que exclusivamente pela rodovia, agora se concentram por dentro das comunidades. “Se colocar num mapa, vai ver que os moradores utilizam a Paulo Emílio Thiesen e a João Goulart para chegar até a rua Getúlio Vargas e ingressar na 130. Todo o fluxo passa por esse caminho”.

Melhorias na sinalização

Outro problema mencionado por Vavá é a sinalização na rua Getúlio Vargas, que conecta o Campestre com a ERS-130. O trecho apresenta riscos aos motoristas, sobretudo à noite. “E também a entrada para o Campestre por entre os dois postos. Este ingresso na rótula maior carece de sinalização e orientação para que as pessoas façam as conversões corretas”, observa.

Segundo o parlamentar, esse pedido já foi feito várias vezes tanto pelas associações de moradores quanto pela câmara de vereadores. Vale lembrar que, em 2021, a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), após pedidos da administração municipal, eliminou o semáforo existente no local e efetuou a obra da rotatória em frente ao Posto do Arco.

A presidente da Associação de Moradores do Santo André, Mariane Schuster, entende que é possível executar obras que venham para melhorar a mobilidade dos moradores de ambos os bairros e acredita na boa vontade do Poder Público.

“Sobre o novo acesso ao Santo André, acredito que o município vai se empenhar ao máximo para ajudar, pois será um bom investimento para Lajeado. Nossos acessos precisam ser bem planejados. E, para isso, temos bons engenheiros”.

Demandas mencionadas por líderes

AMPLIAÇÃO DA RUA JOÃO GOULART

– Uma das principais ruas do Campestre, se conecta também com os bairros Olarias e Centenário. Se tornou uma “válvula de escape” para moradores dessas comunidades se deslocarem ao Centro durante as obras de duplicação da BR-386;

– Um alargamento da via é defendido pelas associações de moradores e também por líderes das comunidades. Mesmo com a conclusão do trecho duplicado na rodovia federal, há um temor grande pelo futuro na rua;

– O governo não tem planos específicos para a rua, mas um projeto de lei protocolado este ano na câmara de vereadores pode possibilitar o alargamento de alguns pontos. No entanto, a proposta foi arquivada, pois não foi votada até a última sessão do ano.

ACESSO AO BAIRRO SANTO ANDRÉ

– A entrada e saída do bairro, via BR-386 e rua 13 de Junho, são feitas pela mesma alça, o que incomoda motoristas e gera risco à comunidade;

– Com a provável instalação de um atacarejo da bandeira Stok Center, se faz necessária adaptações no trecho. Para isso, o governo municipal e a empresa responsável pelo empreendimento abriram tratativas com a CCR ViaSul;

– A intenção é fazer um novo acesso, que permita a entrada e a saída de veículos por alças distintas, padrão em rodovias duplicadas. Conforme a concessionária, neste momento ocorrem os ajustes no projeto encaminhado pela empresa. Após as modificações, será encaminhada à ANTT para aprovação.

EXTENSÃO DA AV. RIO GRANDE DO NORTE

– Projetada para ser uma perimetral, a avenida Rio Grande do Norte tem apenas pequenos trechos executados. O maior deles é na ligação entre os bairros Universitário e Carneiros, sendo que boa parte sequer possui pavimentação;

– No bairro Campestre, também há um pequeno trecho da via, que conectaria Lajeado de ponta a ponta. No plano de Sistema Viário do município, o trajeto projetado iniciaria no Carneiros e iria até o bairro Igrejinha, no cruzamento com a rua Romeu Júlio Scherer;

– Conforme o governo municipal, embora a ampliação esteja prevista, não está nas prioridades do governo neste momento. O secretário municipal de Obras, Fabiano Bergmann, admitiu no debate deste mês que é uma obra necessária, mas que ficará para governos futuros.

ADAPTAÇÕES EM ACESSOS

– Alvo constante de reclamações, os acessos ao bairro Campestre apresentam problemas de sinalização. A rótula da rua Getúlio Vargas confunde motoristas e é alvo frequente de críticas;

– Outro problema é na rua João Luiz da Rocha, que fica entre os dois postos de combustíveis. A via sai direto na rotatória do Posto do Arco e também gera transtornos para motoristas;

– Neste trecho, o governo prometeu executar calçadas de passeio para organizar o trânsito e dar mais segurança a motoristas e pedestres. A obra, no entanto, ainda não saiu do papel. Já na Getúlio Vargas, não há previsão para novas adaptações.

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